quinta-feira, 12/dezembro/2024
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Proteção social e combate ao trabalho infantil são temas de debate em MT

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Estudantes, professores e membros da sociedade civil organizada participaram de uma audiência pública, ontem à noite, na cidade de Confresa, para debater os prejuízos causados pelo trabalho precoce. A audiência foi conduzida pelo secretário executivo do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação ao Trabalho Infantil (Fepeti-MT), Valdiney de Arruda, que é secretário de Trabalho e Assistência Social de Mato Grosso.

A audiência discutiu a exploração do trabalho infantil e o modelo de transição escola e trabalho, a legislação, efeitos do trabalho precoce, papel da proteção social, entre outros temas. Conforme o economista e assessor técnico da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas-MT), Luciano Jóia, o trabalho infantil é um retrato da dissociação familiar e retrata a falta de proteção social.

“A faixa de invisibilidade, que o trabalho infantil está inserido, faz com que achemos que o problema não exista. Temos em Confresa um dos maiores índices de trabalho infantil, mas ele é pouco visto, está no interior das casas, das empresas, nos trabalhos domésticos. Essa situação é o reflexo da baixa escolaridade da população. Em 2010, apenas 12% da população local possuía segundo grau completo. Hoje, os filhos dessas pessoas precisam trabalhar para contribuir com a renda familiar”.

O secretário Valdiney de Arruda apontou que o trabalho infantil compromete de forma irreversível o desenvolvimento físico e psicológico das crianças. “Crianças que trabalham serão prejudicadas em relação à capacidade de aprendizagem e às formas de se relacionar. O cérebro humano está em desenvolvimento até os 25 anos de idade, aproximadamente. Então, qualquer coisa que afete esse processo gera impacto para o resto da vida”.

Arruda avaliou ainda que a crise instalada no País é motivo de grande preocupação, especialmente com as camadas mais pobres da sociedade. “São essas as pessoas que mais sofrem, uma vez que já vivem com o mínimo necessário e, às vezes, nem isso. Muitos acabam colocando os filhos para trabalhar, uma maneira de aumentar a renda. Isso é reflexo da falta de políticas públicas para inserção da população no desenvolvimento econômico existente, por meio da promoção do trabalho, emprego e renda”.

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