O proprietário do Parque de Diversões Imperial, em Várzea Grande, onde dois jovens caíram de uma roda gigante em outubro de 2011, foi denunciado, hoje, pelo Ministério Público do Estado. O promotor criminal José Henrique da Silva Motta aponta que ele deverá responder por homicídio doloso, em razão da morte de Ariel Adão Costa Bolfarini e por tentativa de homicídio em virtude das graves lesões provocadas em Fabrício Ferreira de Oliveira. O MP defende que o acusado seja submetido a júri popular.
"O denunciado perpetrou o homicídio, na modalidade de dolo eventual, na medida em que mesmo tendo plena consciência de que os brinquedos estavam em péssimo estado de conservação e ofereciam riscos aos consumidores, não se importou, e, na ganância de auferir lucro, colocou-os em uso, sem a realização de manutenção", destacou o promotor de Justiça Samuel Frungilo, em um trecho da denúncia.
Segundo ele, o laudo pericial demonstra que no local em que houve o rompimento do pino que ocasionou o acidente havia a presença de graxa devido à visível danificação no brinquedo. Além disso, ficou comprovado que as peças estavam oxidadas e em mau estado de conservação por falta de manutenção. "O indiciado sabia da necessidade da manutenção periódica dos brinquedos, visto que possuía há mais de 15 anos, ou seja, o indiciado exercia a profissão no ramo de diversão há tempo suficiente para saber dos cuidados que os aparelhos exigiam", acrescentou.
Conforme o promotor, o acusado realizou a montagem do parque de forma clandestina, sem a requisição das autorizações necessárias. "Caso ocorresse a vistoria nos aparelhos, com certeza ele não obteria a autorização para iniciar as atividades. Tal ação, lamentavelmente, culminou com a morte do jovem Ariel e causou graves sequelas na vítima Fabrício", afirmou.
Consta na denúncia, que a gaiola em que as vítimas estavam se desprendeu da estrutura principal da roda gigante aproximadamente na sétima volta. Os jovens caíram ao solo em uma distância aproximada de sete metros da grade que cercava o equipamento. Com a queda, a duas vítimas sofreram traumatismo craniano encefálico e lesões graves e apenas Fabrício Ferreira de Oliveira resistiu aos ferimentos, mas permaneceu com sequelas do acidente, em razão da quebra da clavícula, além de apresentar perda de memória.