O promotor de Justiça Fábio Camilo da Silva, afastado da comarca de Guarantã do Norte após desacatar policiais militares daquela cidade, foi interditado provisoriamente pela Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul. Após ter sido afastado do cargo, ele foi levado pela família para Campo Grande (MS) e internado em uma clínica psiquiátrica.
A mãe dele entrou com uma ação de interdição junto à 3ª Vara de Família daquela capital e obteve, em caráter liminar, ou seja, provisório, a curadoria da vida civil do filho, o que significa que ele não responde mais por seus atos.
O fato foi confirmado pelo procurador Domingos Sávio, relator do procedimento administrativo que foi aberto na Corregedoria do Ministério Público Estadual para apurar as denúncias contra o promotor e, possivelmente, puni-lo com a perda da vitaliciedade e retirada do quadro funcional da instituição.
Domingos Sávio explicou que os advogados da família de Fábio Camilo da Silva vieram a Cuiabá e entregaram a ele o atestado médico que indica que o promotor sofre com confusão mental, delírios de grandeza, compulsões, auto e heteroagressividade e exacerbação sexual, o que o tornam incapaz por tempo indeterminado.
Diante dessa situação, o caso foi levado ao conhecimento do Conselho superior da Corregedoria do MPE, que autorizou a instauração de um incidente de insanidade mental, o que automaticamente suspende o procedimento administrativo que Fábio Camilo respondia pelas acusações de agressão.
Agora, o relator do caso vai nomear um médico do Instituto Médico Legal (IML), que terá que ir até Campo Grande realizar a perícia em Fábio Camilo.
Caso a doença mental seja confirmada, a Corregedoria vai analisar a perda de vitaliciedade por falta de capacidade mental.
Em caso negativo, o procedimento administrativo em relação às denúncias contra o promotor serão retomadas e ele também poderá ser desligado dos quadros do Ministério Público, só que nesse caso, por conta de sua conduta profissional incompatível com as normas.
A perícia da Corregedoria do MPE vai ocorrer independentemente da que o promotor afastado ainda terá que fazer pela Justiça de Mato Grosso do Sul, que ainda vai analisar a ação de interdição no mérito.
No dia 2 de julho deste ano, o promotor de Justiça Fábio Camilo da Silva foi abordado por policiais militares, após ser pego dirigindo bêbado. Ele reagiu com violência, desacatando a autoridade policial, o agredindo física e verbalmente.
Os policiais filmaram toda a cena, que mostra o promotor tomando banho de cerveja. Após o incidente, Fábio Camilo foi internado no hospital regional, onde teve um surto e agrediu enfermeiros. A partir de então, outras denúncias surgiram contra ele, todas apontando agressividade e problemas com álcool por parte do promotor.