O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) anunciou o resultado da chamada do “Programa Bolsas – Conservando o Futuro”, registrando um recorde de participação com 458 projetos inscritos. Entre os 33 aprovados, está o projeto de doutorado da professora Janecleia Soares de Aragão, intitulado “Restauração por Semeadura Direta no Arco do Desmatamento: Impactos na Recuperação de Carbono, Diversidade e Composição Taxonômica em Florestas Ripárias”.
A professora é docente do quadro permanente do IFMT campus Confresa (1058 km de Cuiabá) há 9 anos, e atualmente está em processo de capacitação para doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, sob orientação dos professores Doutores Frederico Guilherme e Fernando Elias.
O projeto será realizado na região mais desmatada do bioma Amazônico, também conhecida como o “Arco do Desmatamento”, no Araguaia-Xingu, com avaliações em ampla escala da restauração florestal por semeadura direta ou “muvuca” – técnica de restauração que consiste na semeadura de um mix de sementes de espécies da flora regional para potencializar a recuperação.
A pesquisa será desenvolvida em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e serão realizadas análises da recuperação de diversos parâmetros da biodiversidade, tais como os estoques de carbono e a diversidade de espécies da flora arbórea, ao longo do tempo em Áreas de Preservação Permanente (APPs). Essas áreas são fundamentais para a manutenção da biodiversidade, do lençol freático e controle de erosões.
A professora e pesquisadora Janecleia Aragão, coordenadora do projeto, anunciou orgulhosa sua posição no ranking de aprovados: “Fiquei muito feliz em ser contemplada numa disputa que foi realmente alta, com candidatos de todo o Brasil”, declarou. A pesquisadora também destacou a importância da pesquisa para o fortalecimento da instituição e da compreensão dos impactos de perturbações como o desmatamento sobre a biodiversidade. “O IFMT – Campus Confresa está localizado em uma região estratégica, do ponto de vista da conservação e restauração. Existem várias iniciativas para fomentar a pesquisa nessa região, com aporte em mais de 1 bilhão de reais do BNDES e Fundo Amazônia, para transformar o Arco do Desmatamento em Arco da Restauração. E nós que estamos nessa região, temos que ser protagonistas e trazer esses investimentos para a instituição”, finaliza Janecleia.
O programa de bolsas do FUNBIO apoia pesquisas acadêmicas voltadas para a conservação ambiental e a sustentabilidade, fortalecendo iniciativas que geram conhecimento científico para a proteção da biodiversidade brasileira.
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