Grupo de estudos em Negligências em saúde Indígena, Integralidade e Intersetorialidade, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), câmpus do Araguaia, estão realizando atividades de segurança alimentar e nutricional em aldeias das terras indígenas de São Marcos, Sangradouro e Parabubure, localizadas no leste de Mato Grosso.
As atividades, que têm o apoio do Ministério da Agricultura, estão sendo desenvolvidas em aldeias onde os indicadores de saúde e nutrição são críticos. Segundo a UFMT, Em 2023, a mortalidade infantil entre os Xavante atingiu cerca de 80 óbitos por mil nascidos vivos, enquanto 14% dos adultos sofrem com hipertensão e 11% com diabetes, problemas agravados pela insegurança alimentar.
A coordenadora do projeto, professora da UFMT, Rosaline Lunardi, destaca que diante desses dados, obtidos através de pesquisas, “era necessário criar ações para melhorar a qualidade da alimentação desta população, oportunizando a eles o acesso a alimentos com alto valor nutritivo”, disse, contando ainda que o projeto incentiva a produção de alimentos tradicionais nas aldeias, tanto para subsistência quanto para comercialização de excedentes, gerando renda e autonomia.
Um dos pilares é a capacitação de agricultores Xavante, para a implantação de sistemas agroflorestais e roças tradicionais, realizada em seis módulos. Até fevereiro deste ano, os três primeiros módulos foram concluídos, abordando temas como preparo do solo, ciclo da água, sistemas agroflorestais e irrigação. Os participantes também atuam como monitores em suas aldeias, fortalecendo a disseminação do conhecimento. Os módulos futuros incluem manejo intensivo, manutenção de plantios e uso seguro de equipamentos agrícolas.
Ainda nos objetivos, o projeto visa o ordenamento territorial, a avaliação da segurança alimentar, o desenvolvimento de áreas produtivas e a criação de um banco de sementes e mudas, para manter viva a essência das espécies tradicionais.
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