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Projeto beneficia reeducandos de Barra do Garças

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Oportunidade de se preparar para o recomeço. Essa é a proposta do projeto Novos Passos, idealizado pelo Poder Judiciário de Mato Grosso na cadeia de Barra do Garças, em parceria com o Governo do Estado e outras seis prefeituras municipais. O juiz da 1ª Vara Criminal da comarca, Bruno D’Oliveira Marques, um dos responsáveis pela iniciativa, explica que foram arrecadados R$ 550 mil por meio do esforço do poder público com o objetivo de executar o projeto.

De acordo com o magistrado, somente a Justiça estadual conseguiu reunir 50% desse montante por meio do pagamento de mil alvarás oriundos de penas pecuniárias, ou seja, penas alternativas à prisão. A partir de então, reeducandos foram escolhidos para trabalhar na reforma e ampliação da unidade penitenciária a fim de prepará-la para receber as ações previstas no projeto.

Valdemar Alves é um dos detentos que trabalharam na obra. Ele ressalta que a chance recebida pelo projeto fez toda a diferença em sua vida. “É muito louvável essa decisão do Tribunal de Justiça de abrir essa oportunidade para os reeducandos poder trabalhar e caminhar no caminho certo, porque é assim que a coisa funciona para mudar a história, ser um cidadão íntegro, de boa fé e trabalhar em prol da nossa sociedade”.

Além dele, outros nove reeducandos com bom comportamento foram selecionados para atuar na obra, de forma que a cada três dias de trabalho significa menos um na pena. Os reeducandos também receberam diária de R$ 25 para ajudar nas despesas familiares. “A pessoa que sair deste lugar e voltar é só porque não quer mudar de vida mesmo. Aqui tem tudo para ser uma boa pessoa daqui em diante”, diz o reeducando Israel Lima.

A partir do trabalho, o ambiente se transformou e a cadeia recebeu quatro celas novas, pintura, reforma na rede elétrica, pisos novos, duas salas de aula e ambulatório médico. A segurança também foi reforçada com uma nova entrada de acesso ao prédio e sistema de tranca elétrica.

Depois de tudo pronto, o projeto começou a ser executado com o programa de educação regular, que tem o objetivo de atender aqueles que não frequentaram a escola. As reeducandas Joseane Santos e Caroline Ramalho ressaltam que estão felizes por poder estudar pela primeira vez. “É uma oportunidade para mudar de vida, a gente pode fazer faculdade para ser alguém na vida, então é isso tudo é muito importante”, afirma uma delas.

O coordenador do projeto, Eduardo Vieira, esclarece que por meio de uma triagem, a equipe conseguiu detectar as principais necessidades daqueles que cumprem pena na cadeia de Barra do Garças. “Observamos que a maioria deles não tinha documentos, então vamos lidar com isso, com políticas públicas de reinserção social. Os cursos profissionalizantes e a escola acabam dando uma nova chance para eles”, reforça.

Para o juiz Bruno D’Oliveira Marques, a união de forças é o que faz a diferença para garantir o sucesso da iniciativa. “Partindo do pressuposto de que a transformação se faz com boa vontade e que todos nós sabemos muito pouco, mas que juntos nós podemos transformar, justamente porque cada um sabe um pouco, acredito que foi essa união que fez com que a rede se formasse e com que as coisas efetivamente ocorressem”.

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