Os profissionais da área da educação realizaram um manifesto na BR-163, na altura do bairro Alto da Glória (saída para Sorriso), esta manhã. De acordo com informações da assessoria de imprensa da Rota do Oeste, o tráfego de veículos era bloqueado por cerca de 30 minutos e, em seguida, liberado por dez minutos. A manifestação teve início às 7h44 e terminou às 9h30.
Durante este período, a concessionária registrou cerca de um quilômetro de congestionamento em um dos bloqueios realizados. Os profissionais ligados ao Sindicado dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) estão protestando contra a não concessão a Revisão Geral Anual (RGA) e também contra o descaso na área da saúde – com a situação critica dos hospitais regionais de Sinop e Sorriso.
A presidente do Sintep-Sinop, Maria Aparecida Lopes Moreira, afirmou que houve uma reunião da categoria que decidiu pelo bloqueio. O objetivo era chamar a atenção do governo do Estado e sociedade para o descaso na educação. “Estamos com a correção salarial atrasada deste 2015, a infração anual de 2016 também não foi paga. Temos 7,69% de reajuste que venceu agora em maio e não foi pago pelo governo”.
Ela também afirmou que foi inclusa uma outra pauta na manifestação – o problema atual enfrentado na área da saúde. “Hoje incluímos outra pauta em nosso ato em relação ao descaso na saúde que vem acontecendo em Sinop e nos municípios vizinhos. Enquanto sociedade temos que cobrar. Somos dependentes da saúde e os recursos não estão sendo administrados da forma correta, tanto que está um caos nosso hospital”.
Uma nota do sindicato, divulgada na semana passada, aponta que o protesto é contra a “retirada de direitos do funcionalismo”, como a não concessão da RGA, que neste ano é de 6,58%. Os funcionários da Educação ainda reclamam o não pagamento de 3,92%, referente ao reajuste do ano passado. A manifestação também pretende criticar a crise na saúde “com fechamento, sucateamento e precarização dos hospitais regionais e a crescente demanda das UPAs”.
De acordo com o diretor regional do Sintep, Valdeir Pereira, apesar do protesto ser organizado pelos profissionais da Educação, há expectativa que outras categorias do Estado participem. “Estamos contando com as demais categorias e movimentos de bairro para somar forças. Afinal, a pauta vai além das questões do funcionalismo público. Também estamos protestando contra a grave situação dos hospitais, principais os regionais”.
Esta semana, o indicativo de greve na escolas estaduais foi aprovado, para o início do segundo semestre. A decisão foi tomada por representantes de 99 municípios durante a assembleia geral do Sintep. Além da RGA, a categoria também exige realização de concurso público e se manifesta contra possíveis terceirizações na área da educação.
Outro lado
A secretaria estadual de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) informa que a atual gestão tem realizado o maior investimento da história da educação de Mato Grosso, graças ao programa Pró-Escolas, que está investindo mais R$ 360 milhões na educação estadual em 2017 e 2018.
A secretaria informa ainda que a homologação do edital do concurso público, que prevê o preenchimento de 5.748 vagas, será realizada neste mês de junho. Inclusive dois membros do Sindicado dos trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep) fazem parte da Comissão organizadora do certame.
Ainda de acordo com a secretaria, os salários dos profissionais da educação básica de Mato Grosso tiveram, de janeiro de 2015 a maio deste ano, uma valorização acumulada de 39,54%. No próximo mês de setembro, quando o Governo do Estado pagar a última parcela da RGA de 2016, os servidores da Educação terão recebido 42,98% de reajustes apenas nesta gestão. Nos últimos dois anos e meio, professores e servidores administrativos receberam aumentos reais dos salários e valores referentes à Revisão Geral Anual (RGA), de modo que, até o 9º mês de 2017, o ganho real será de 22,87% – ou seja, acima da inflação (INPC) acumulada desde janeiro de 2015. Com todos os aumentos concedidos e os que ainda serão pagos nos próximos meses, um professor da rede estadual, graduado e em início de carreira, que ganhava R$ 2.608,90 em janeiro de 2015, passará a receber R$ 3.730,20 em setembro.
A secretaria esclarece que nenhum professor trabalhará mais do que para aquilo que foi contratado – que são 200 dias letivos. O calendário do ano letivo de 2017 foi proposto durante o encerramento da greve dos professores de 2016, publicado no Diário Oficial do Estado nº 26.888, de 24 de outubro de 2016. A correção do calendário foi necessária para que o ano letivo de 2017 não invadisse o calendário civil de 2018, ocasionando transtornos a pais, alunos e aos próprios professores, e onerando os cofres públicos com despesas extras com transporte e alimentação escolar."
(Atualizada às 14h12)