A Trip/Azul Linhas Aéreas foi condenada a pagar indenização de quase R$ 35 mil a uma professora universitária de Sinop, que por causa de atraso em voo e extravio de bagagem teve sua permanência na Europa prejudicada durante curso de doutorado em Lisboa (Portugal). A decisão é do juiz da Primeira Vara de Sinop, Paulo Martini (foto).
De acordo com informações da assessoria, ela conseguiu chegar a Portugal e fazer o curso, mas por causa de atraso de três horas em voo da companhia no trecho Cuiabá/Rio de Janeiro, ela chegou atrasada e só conseguiu pegar o voo internacional de posse de sua bolsa de mão, faltando cinco minutos para o encerramento do embarque. Não houve tempo hábil para a transferência da mala de um avião para o outro e a bagagem nunca foi encontrada e devolvida à dona.
No exterior, a professora passou frio e privações em suas necessidades mais básicas. Ela teve que gastar todo o dinheiro que havia levado para se manter no exterior no período do doutorado com aquisição de novas roupas, materiais de higiene pessoal e materiais didáticos. O juiz entendeu que a empresa aérea tem que restituir os gastos desnecessários que a passageira teve nesse período, calculados em mais de R$ 4 mil, e ainda indenizar por todo transtorno e angústia pelas quais a consumidora passou, buscando “em vão” resolver o problema. Foram dezenas de telefones e e-mails trocados com a companhia aérea.
Além de todo esse transtorno, a empresa aérea ainda alegou que a mala extraviada não era da professora e sim de sua colega. Isso porque ao sair de Cuiabá as duas malas foram registradas no mesmo bilhete em nome da colega. Como se não bastasse, no meio da confusão, a empresa aérea embarcou a professora em voo diferente do qual havia contratado, com emissão de bilhete em nome de outro passageiro desconhecido, o que prejudicou ainda mais a elucidação do caso, ou seja, a localização da mala.
“No caso concreto a vida deu à autora a oportunidade de melhora profissional e curricular com a realização de doutoramento na Europa. Todavia, a companhia aérea ré quase conseguiu negar, por fato indireto, que o sonho se concretizasse diante do notável abalo psicológico e privação financeira e material pelas quais a autora foi obrigada a passar”, destacou o juiz em sua decisão.
A empresa ainda pode recorrer.