A Associação dos Produtores Rurais da Área Suiá-Missú denuncia ameaças de indígenas, que atualmente dividem uma área de 695 mil hectares no Nordeste do Estado com fazendeiros. No início do mês, a Fazenda Velho Oeste foi ocupada por indígenas da etnia Xavante em um processo que durou cerca de 10 dias. A Fundação Nacional do Índio (Funai) nega a tensão na área e prevê que até o final da semana o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) finalize o estudo para desocupação de cerca de 6 mil pessoas morando em fazendas dentro da área. Em 2009, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF) deu sentença favorável à aldeia Maraiwatsede, determinando a saída dos demais moradores.
O presidente da Associação, Renato Teodoro da Silveira Filho, afirma que historicamente a área é de posse dos fazendeiros. Desde 1962 ele conta que os títulos de terra começaram a ser comprados, foram sendo revendidos, sem haver a presença de indígenas. Renato questiona a veracidade de estudos antropológicos feitos na região, que afirmaram a existência anterior dos indígenas, que hoje compõem a Reserva. A Associação ingressou com recursos no e Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal na tentativa de reverter a decisão do TRF. Seiscentas famílias vivem em propriedades rurais e mais 800 em perímetro urbano da área.
Conforme decisão do TRF, a Funai deve oferecer um plano de remoção das pessoas para outra área. O coordenador do órgão em Ribeirão Cascalheira, Denivaldo Roberto da Rocha, diz que 960 índios ocupam a parte Sul da área e tomaram a fazenda, que ficava atrás da aldeia por receio de que a área fosse alugada ou revendida.