A prisão preventiva do delegado Márcio Pieroni e do empresário Josino Pereira Guimarães completa 4 meses hoje e o processo está concluso para sentença, que deve ser proferida nos próximos dias pelo juízo da Sétima Vara da Justiça Federal de Mato Grosso. A prisão da dupla foi pedida pelo Ministério Público Federal. O delegado e o empresário são acusados de cometerem vários crimes na tentativa de livrar o Josino do julgamento como mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral. O corpo do juiz foi encontrado carbonizado em uma estrada vicinal do Paraguai.
Para o advogado do delegado, Carlos Frederick, a Justiça está negando ao seu cliente os direitos mais básicos previstos a um cidadão brasileiro. Ele destaca que a prisão preventiva é uma medida excepcional e, no caso de Pieroni, é tratada como regra. Desde que assumiu o caso, há pouco mais de 40 dias, o defensor impetrou 2 pedidos de habeas corpus: um no Tribunal Regional Federal – 1ª Região (TRF-1) e outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Nenhum teve o mérito julgado”.
O antigo advogado de Pieroni também entrou com vários recursos, na tentativa de libertar o delegado. Todos foram negados pela Justiça. Acusado de 9 crimes, cujas penas somadas podem chegar a uma condenação máxima de 33 anos e 2 meses de prisão e pagamento de multa, Pieroni está detido no Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil.
Josino está preso em Rondonópolis e também teve vários pedidos de liberdade negados pela Justiça. Ele é mantido detido por força de 2 mandados de prisão. Um pela tentativa de fraude processual, além de outros crimes, e a outra pela acusação de mandante do assassinato do magistrado. O empresário deve ir a júri popular ainda este ano pelo homicídio.
Outros – No processo que apura a tentativa de fraude processual outras 3 pessoas figuram como acusados: o investigador Gardel Tadeu de Lima, o empresário Clóves Guimarães e o latrocida Abadia Proença. Para o MPF, os 5 estavam unidos para tentar defender Josino. A trama teve início em novembro de 2010, quando Abadia afirmou que Leopoldino estava vivo, morando na Bolívia e tinha presenteado um amigo com carro e apartamento.
A informação foi dada durante a reconstituição da morte da advogada Ana Antônia da Cunha, 68. O criminoso foi procurado na Penitenciária Central do Estado por Pieroni. Juntos, montaram uma farsa, envolvendo uma terceira pessoa que seria amante do juiz. O delegado reabriu as investigações do caso, que culminaram com a segunda exumação do corpo do magistrado. O procedimento foi suspenso pela Justiça Federal horas depois da abertura do túmulo.