Maio com chuvas acima do normal e chegada do período seco em junho com temperaturas acima da média na porção leste do Mato Grosso. Esses são os principais pontos da previsão climática para os próximos três meses no Mato Grosso, divulgada pelos meteorologistas do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) na Reunião Climática da Amazônia, ocorrida na última quinta-feira (23) em Manaus.
Além das chuvas um pouco mais intensas do que o normal em maio, a previsão aponta o contrário para junho e julho: umidade abaixo do normal. Principalmente no sudeste, leste e nordeste do Mato Grosso, regiões mais próximas ao centro do país, haverá intensificação das massas de ar seco. Fenômeno que vêm sendo registrado há alguns anos e traz temperaturas acima da média para essa área.
No oeste e sul do Mato Grosso há previsão de dias mais frios esse ano, com temperaturas abaixo da média para o período. O resultado são cerca de dois graus a menos na temperatura média. Principalmente à noite, moradores das cidades tradicionalmente mais frias do estado já podem preparar as roupas de inverno.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) está concluindo um estudo, ainda inédito, que cria diferentes modelos de como a Amazônia será afetada pelo aquecimento global e pelo desmatamento. É a primeira vez que os dois fatores são analisados de forma simultânea para a Amazônia. Os modelos são calculados por computador.
Na estimativa mais otimista calculada pelo Inpe, caso haja um aumento da temperatura de 2,5 graus centígrados e o desmatamento de 40% da área original da floresta, por volta de 2050 restarão apenas 70% da floresta tropical. A projeção leva em conta que uma parte das áreas desmatadas conseguirá se recuperar. A hipótese mais pessimista analisada é a de que até 2100 sejam desmatados 60% da área original da floresta e, simultaneamente, haja um aumento médio de temperatura de 5 graus centígrados. Neste caso, apenas 40% da Amazônia sobreviveria.