Familiares dos reeducandos das penitenciárias de Mato Grosso anunciaram a realização de uma manifestação, neste sábado (11), a partir das 7h, para reivindicar o direito a visitas, suspenso desde 31 do mês passado com o início da greve dos servidores públicos.
A vendedora Miriam Santos, 35 anos, conta o marido foi preso na terça-feira passada e, somente depois de muitas idas ao Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), conseguiu entregar algumas roupas e alimentos ao marido. "Eu não consegui vê-lo, mas a advogada entrou ontem e falou com ele. Agora vamos ter que esperar essa greve acabar para fazermos as visitas".
A Diretoria de Inteligência Penitenciária informou a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) sobre uma possível rebelião de presos. Os reeducandos estão organizando esse motim devido a suspensão das visitas de familiares.
Josilene Rodrigues, que é membro do Conselho Deliberativo do Sindspen, contou que os agentes foram comunicados extraoficialmente sobre a rebelião. "Até o momento os ânimos estão tranquilos aqui na Penitenciária Central. Mas não podemos deixar a segurança de lado, porque quando se trata de reeducando tudo pode acontecer".
Josilene aproveita para informar que a greve dos agentes penitenciários deve prosseguir por tempo indeterminado. "Estamos na assembleia geral e tudo indica que não iremos aceitar a proposta do governador Pedro Taques, em dar somente 6% de reajuste da Revisão Geral Anual (RGA).
De acordo com o comunicado, familiares também estariam organizando manifestações para bloquear avenidas próximas às unidades. O advogado Gregório de Matos, que está ajudando a organizar o ato, revela que as rebeliões estão previstas caso as visitas e os banhos de sol nas quadras não sejam retomados. “Soubemos desse risco de motim. Entendemos a greve dos agentes, mas essa situação deixam preocupadas as famílias de presos, que sofrem com o medo das rebeliões”.
Outro lado – o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Márcio Dorileo, disse que foi comunicado sobre uma possível rebelião. Mas, que a segurança está reforçada em 100% da guarda armada para que não haja risco de vida para ninguém. "Sempre que são interrompidas as atividades essenciais, como banho de sol na quadra e as visitas dos familiares, aumenta o risco de motim nos presídios. Mas, os agentes penitenciários estão trabalhando de forma integrada para dar segurança a todos".
Dorileo ressaltou que a greve se trata de um direito legítimo dos trabalhadores e diz acreditar no fim do impasse a partir de um amplo diálogo. Os trabalhadores cobram 11,28% de Reajuste Geral Anual (RGA). O governo propôs pagar 6% em três parcelas.