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Preso confirma ao GAECO que foi ‘laranja’ a pedido de servidor público

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O desempregado Marcos Moreno Miranda preso, no último dia 20, na operação Convescote, disse em depoimento no Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), por ter movimentado quase R$ 500 mil em uma conta jurídica aberta em nome de empresa de fachada, confirmou aos investigadores que a empresa foi constituída por ele a pedido do servidor do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Cláudio Roberto Borges Sassioto. Também disse que nunca prestou qualquer tipo de serviço para a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe), ou seja, servia apenas para lavar dinheiro, que era desviado para a conta de Cláudio.

Em troca disso, ele recebia em torno e R$ 300 a R$ 400, tendo recebido no total, cerca de R$ 3 mil, segundo consta em seu termo de interrogatório. “Pode afirmar que a empresa", "constituída pelo interrogando, não prestou qualquer tipo de serviços para a Faespe ou outro órgão público; que o interrogando apenas assinava diversos documentos a pedido de Cláudio Sassioto”, consta em um trecho do documento.

Além disso, ele relatou que Cláudio lhe dizia que havia pessoas poderosas por trás do esquema criminoso. “…não sabe dizer se Cláudio Sassioto teria alguém a quem repassava esse dinheiro, mas dizia sempre que existiam pessoas muito poderosas que ‘estavam por trás disso e que dariam toda segurança’, inclusive que havia um deputado e um diretor do TCE, mas não mencionou o nome deles”, disse Marcos Moreno aos delegados Wylton Massao Ohara e ao promotor de Justiça Carlos Roberto Zarour Cesar.

Marcos Moeno foi solto no mesmo dia, durante audiência de custódia, onde a juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, concedeu a ele e a outros três presos a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.  Segundo o desempregado, ele e Cláudio se conhecem desde 2009 e que desde antes disso já estava desempregado, sendo que Cláudio vivia lhe prometendo um cargo no TCE, mas sempre arrumava uma desculpa para não cumprir a promessa.

Em 2016, Marcos conta que foi convidado por Cláudio para ir até sua residência no bairro Solar da Chapada, onde foi informado de que existia um “fundo perdido” do governo e que teria condições de ajudar Marcos a receber uma ajuda financeira, dizendo que já havia feito isso para outras pessoas há mais de dois anos e que não daria qualquer tipo de problema.

Segundo Marcos Moreno, Cláudio o orientou a abrir uma empresa em seu nome, na modalidade Microempreendedor Individual (MEI), cujo faturamento seria de até R$ 60 mil anual. Cláudio também orientou que a empresa fosse sediada em seu endereço residencial e teria dito a Marcos que todas as despesas para abertura da empresa seriam custeadas por ele. Em troca da abertura da empresa, Marcos conta que Cláudio lhe prometeu 15% do faturamento da empresa.

Após procurar um contador, em fevereiro deste ano, a empresa de fachada de Marcos Moreno já estava constituída, com todas as despesas pagar por Cláudio Sassioto. No entanto, este teria mudado a proposta inicial de 15% para 10%, que ainda deveria ser dividido entre ambos. Os outros 5% seriam para pagar impostos. No final das contas, Moreno ficaria com apenas 5% dos valores movimentados.

Cláudio também foi com Marcos a uma agência da cooperativa de crédito onde abriram uma conta corrente no nome da empresa de Marcos. Pouco tempo depois, em abril de 2017, um valor já havia sido creditado na conta pela Faespe. Logo em seguida, Marcos relata que recebeu uma ligação de Cláudio Sassioto, que lhe pediu para ir até o TCE para juntos irem até o Sicoob da própria instituição, onde sacaram uma parte do dinheiro. Na mesma ocasião, conversaram com a gerente da agência e deixaram uma ordem de saque assinada para que Cláudio sacasse o restante do dinheiro depois.

Em outras situações, Marcos contou aos delegados que fazia a transferência direta para a conta corrente de Cláudio Sassioto ou deixava com a gerente do Sicoob as ordens de saque autorizadas para Cláudio.

As declarações confirmam a hipótese do Gaeco, já mostrada pelo Gazeta Digital, de que Cláudio Sassioto era o principal beneficiário dos valores desviados pela Faespe através de diversas empresas fantasmas.

 

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