A desembargadora Clarice Claudino da Silva, presidente eleita do Tribunal de Justiça e do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa encerrou, ontem, a Semana de Práticas Restaurativas da Comarca de Colíder, ministrando a palestra da importância da promoção da cultura da paz nas mais diversas áreas de interação social e na solução de conflitos. “Nós perdemos o contato com aquilo que nos move, os sentimentos, estamos trazendo então técnicas e soluções ancestrais, que vêm desde os povos indígenas, para a pacificação social e que vão além da simples punição, do sentimento de vingança e da cultura do medo”, disse.
“É muito prazeroso ver o empenho de todos, da juíza-coordenadora e da população de Colíder, que se envolveram de uma forma bastante positiva e compreenderam o alcance que tem a Justiça Restaurativa. Foi acima das nossas expectativas. Com isso, eles puderam absorver bem esses princípios para que a gente possa ter a esperança de que essa forma simples, mas muito eficiente de comunicação, se propague e vire moda”, explica a desembargadora Clarice.
A Semana de Práticas Restaurativas em Colíder foi organizada pela coordenadora do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, juíza Giselda Andrade e pelo gestor, Rauny Viana, contando com mais de 700 pessoas participantes dos Círculos Restaurativo durante a semana, com a expressiva participação em escolas do município.
Ao final da cerimônia, 15 facilitadoras receberam das mãos da presidente e das demais autoridades presentes no dispositivo o certificado de facilitadoras para o Círculo de Construção da Paz.
A juíza Giselda Andrade analisou que a semana proporcionou a semeadura da pacificação social na Comarca. “É um momento de muita alegria e felicidade. Sonhamos muito com esse momento de ver aqui as facilitadoras que se empenharam de uma forma grandiosa. Foi mágico. E esse momento agora veio a coroar toda dedicação para que esse trabalho seja desenvolvido no futuro.”
“A gente vê o sucesso dessas ações nas pessoas que participaram dos círculos. Nas escolas ao final das atividades a pergunta era sempre a mesma: ‘tem mais? Eu quero participar, quero também fazer parte desse trabalho.’ Então além da semeadura da paz, temos também a semeadura para facilitadores”, acrescenta a juíza.
Com o apoio de parceiros, o judiciário já promoveu, este ano, a Semana de Práticas Restaurativas nas comarcas de Primavera do Leste, Campo Verde e Sinop e em Nova Mutum, Paranatinga, Rondonópolis, Campo Novo do Parecis, Pontes e Lacerda, Chapada dos Guimarães, entre outros foram levadas as práticas da Justiça Restaurativa a gestores municipais, vereadores, secretários e diretores de escolas.
Além das ações nas Comarcas do interior do Estado, em setembro deste ano foi realizado o Seminário Estadual “Promoção e Cultivo da Paz – Práticas Restaurativas no Estado de Mato Grosso”, na sede do tribunal, em Cuiabá, informa a assessoria.