O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Juares Silveira Samaniego, explicou que não há como afirmar a qualidade das obras feitas para a Copa do Mundo em Mato Grosso. “Cair não vai, mas não sei a obra, que seria para durar de 100 a 150 anos, não vai aguentar mais que 50. Nas trincheiras, por exemplo, é visível água minando das paredes. Não sabemos de onde vem essa água, se ela vai chegar à ferragem”, ponderou Juares, lembrando que não é possível também dizer “de quem é a culpa”, pois os técnicos da instituição não tiveram acesso a nenhum documento, apesar de terem solicitado.
A declaração preocupante foi dada após reunião, na semana passada, com o secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques. Todas as perícias e os relatórios das obras realizadas para a Copa do Mundo oriundas da extinta Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) serão, a partir de agora, compartilhados pelo governo com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) para que se faça uma análise técnica das informações.
A decisão foi tomada após o secretário tomar conhecimento de que o Crea durante todo o período da execução das obras tentou ter acesso aos projetos para análise, mas nunca teve retorno concreto da então secretaria. Conforme o combinado, o conselho receberá os documentos, fará a análise e se for constatado algum ponto destoante, o perito será convidado para conversar e explicar os motivos de ter feito daquela forma. Esta parceria não trará custos ao Estado.
Paulo Taques ressaltou a importância da parceria do Crea e pediu que a instituição, por sua vez, dê um retorno ao governo, apontando possíveis problemas e apresentando soluções. “Precisamos dar tranquilidade para a população e garantir a qualidade do que será feito”.