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Prefeitos do Nortão contestam dados sobre desmatamento

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A explicação do primeiro e do terceiro município que aparecem no ranking dos que tiveram mais desmatamento entre agosto e dezembro do ano passado é praticamente a mesma. Para os prefeitos de Marcelândia e Querência, ambos no Mato Grosso, o grande número de áreas queimadas no ano passado pode ter sido confundido com a realização de desmatamentos.

Ontem, o governo federal divulgou uma lista de 36 municípios que terão prioridade nas ações de prevenção e controle do desmatamento, identificados com base em monitoramento por satélite. Nessas cidades, já estão proibidas novas autorizações de derrubadas. Na quarta-feira, o Ministério do Meio Ambiente o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apresentaram dados que mostram a devastação de 3.235 quilômetros quadrados na região amazônica de agosto a dezembro de 2007.

Adalberto Diamante, prefeito de Marcelândia, que foi apontada como a cidade que mais desmatou nos últimos cinco meses de 2007, diz que há um controle intenso da Secretaria Estadual de Meio Ambiente na região e que não houve desmatamento no ano passado. “Tivemos queimadas descontroladas no município, que estão aparecendo nas imagens de satélite como desmatamento”, afirma.

O prefeito diz que irá fazer um levantamento detalhado da situação do município, em parceria com organizações não-governamentais e institutos.

A prefeita de Alta Floresta, Maria Izaura Alfonso, também discorda da inclusão do município na lista dos mais desmatados. “Não sabemos de derrubadas no nosso município. Estamos nos sentindo injustiçados por esta medida”, afirma. A cidade ficou em 23º lugar no ranking das que mais desmataram ano passado.

Segundo ela, a prefeitura vai fazer uma reunião com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e com o governador do Mato Grosso para definir ações conjuntas. “Vamos fazer um levantamento, ver o que aconteceu. Não podemos ser penalizados dessa maneira, de jeito nenhum”, diz a prefeita.

O prefeito de Querência, Fernando Goergen, que ficou em terceiro lugar na colocação, também contesta a informação do Inpe. “Devem ter confundido queimadas de pasto com desmatamentos”, afirma, lembrando que no ano passado houve um grande número de áreas queimadas na cidade. “É uma inverdade o que estão publicando”, diz o prefeito.

Segundo ele, tanto o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) quanto a Secretaria Estadual do Meio Ambiente fazem uma fiscalização bastante rigorosa em relação aos desmatamentos na região. “Qualquer ocorrência de desmatamento é imediatamente denunciada”, alega. O prefeito garante que no município, que tem a economia baseada na agricultura e pecuária, “o meio ambiente e a agricultura vivem em harmonia, desde que seja obedecida a legislação ambiental”.

A grande extensão territorial do município de Altamira (PA) – 159 mil quilômetros quadrados – e a falta de pessoal para combater os desmatamentos são apontadas pelo secretário municipal de gestão do Meio Ambiente e Turismo, Francisco Modesto da Silva, como as causas para que a cidade esteja em 14º lugar na lista das mais desmatadas.

“Temos uma dificuldade muito grande de acompanhar toda a dimensão do município, principalmente na questão do desmatamento”, argumenta o secretário, lembrando que a estrutura municipal é pequena para conter as derrubadas.

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