A juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, pronunciou o policial aposentado acusado de tentar matar, com um tiro, o investigador da Polícia Civil, Dalmir Comerlatto, em julho de 2012. O crime ocorreu na sub-sede da Associação dos Policiais Civis de Mato Grosso, localizada na rua Inglaterra, no bairro Jardim Europa.
Dalmir relatou que pediu autorização para utilizar a sub-sede para confraternização de um colega de sua esposa, que é agente prisional. Segundo ele, o réu, que era presidente da associação, teria permitido a festa. Ao sair do local, no entanto, teria recebido uma ligação do suspeito, questionando a permanência de agentes prisionais nas dependências da associação. Segundo Dalmir, o policial aposentado informou que não autorizava tal situação.
O investigador, então, teria voltado até a sub-sede, onde encontrou o suspeito. Dalmir afirmou que começou a recolher seus pertences, “inclusive a carne que já estava assando na churrasqueira”. Segundo ele, neste momento, o policial aposentado portava uma arma de fogo e começou a ficar muito exaltado. O investigador detalhou que foi buscar seu carro para carregar os pertences. Ao retornar para buscar sua esposa, no entanto, foi atingido por um tiro no peito.
Ao ser interrogado, o réu confirmou a discussão e confessou que atirou no investigador. Porém, justificou que teve a impressão de que Dalmir iria pegar a arma no carro. Em sua versão, afirmou que não tinha intenção de matar, mas apenas imobilizar a vítima, “pois temia que esta poderia sacar sua arma, sendo que assim agiu para se defender”.
Rosângela, ao optar pela pronúncia, apontou que “da análise dos elementos probatórios, conclui-se que os indícios de autoria estão suficientemente demonstrados nos autos, sendo a pronúncia do acusado para julgamento perante o tribunal do júri, a medida cabível”.
O réu responderá por tentativa de homicídio qualificada, cometida por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. A data da sessão de julgamento ainda será definida.