Os policiais farão novas mobilizações nos próximos dias 25 e 26, além dos dias 11, 12 e 13 de março. A confirmação foi feita ao Só Notícias pelo presidente do Sindicato dos Policias Federais em Mato Grosso (Sinpef-MT), Erlon Brandão. Se, até o fim do mês não houver um posicionamento por parte do governo federal, o movimento continuará crescendo, podendo haver até mesmo greve, uma vez que o indicativo já foi aprovado pela categoria.
Ontem, a paralisação foi por 24 horas com escrivães e papiloscopistas aderindo em Cuiabá, Cáceres, Barra do Garças e Rondonópolis. Delegados e peritos não participaram do movimento. Ainda conforme o sindicalista, no final de março, uma assembléia será realizada em Brasília para decidir os próximos passos da mobilização, caso as reivindicações não sejam atendidas.
“O que queremos é que o governo seja honesto e justo e pague para a Polícia Federal o mesmo que paga para as agências”, afirmou o presidente, durante a paralisação desta terça-feira (11), se referindo aos salários dos servidores da Receita Federal, ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), entre outras. Segundo Erlon, os profissionais da PF desempenham uma função tão importante quanto os das empresas citadas, mas recebem bem menos que eles.
Atualmente, o salário inicial da categoria é de R$ 7,8 mil e o máximo chega à 11,8 mil, enquanto que na Recita Federal, por exemplo, os trabalhadores recebem, inicialmente, 13,8 mil. Segundo o sindicato, há sete anos os salários não são equiparados. Por isso, disse que a “luta” pelas melhorias por parte da categoria já se arrasta por pelo menos cinco anos.
Os profissionais também cobram por melhorias na estrutura de trabalho, bem como mais efetivo. “O governo não tem R$ 500 mil para Cuiabá [para investir em uma reforma na sede da superintendência] mais tem R$ 1,2 bilhão para investir em um porto em Cuba”, criticou, ao relatar que desde setembro do ano passado que a categoria denunciou a precariedade na estrutura da superintendência do órgão, na capital, o que inclui problemas nas instalações elétricas, mas até agora nada foi feito.
Quanto ao efetivo, o sindicalista disse que em todo o Estado, o ideal seria pelo menos 750 policiais. Atualmente são apenas 370. Em Cáceres, que fica próxima à fronteira com a Bolívia, seriam necessários pelo menos 250 para as atividades de fiscalização, segundo o presidente. No entanto, 45 homens trabalham no local.
“De outubro de 2012 para cá, o número de operações da PF caiu 70%. Será que acabou a criminalidade?”, questionou, relatando que inúmeras ocorrências deixam de ser atendidas devido à precariedade enfrentada pelo órgão. “O que estão fazendo com a Polícia Federal é uma injustiça”, complementou. Erlon explicou ainda, que as reivindicações da categoria são as mesmas em todo o Brasil.