O clima é de expectativa e apreensão entre agricultores que bloqueiam a passagem de cargas de produtos agrícolas, na BR-163, em Sinop. Desde ontem, os produtores aguardam a chegada da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para liberar a rodovia, como aconteceu em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso. Os produtores disseram que não vão resistir ao cumprimento da liminar e adiantaram que pretendem liberar amanhã a liberação de cargas com grãos, que estão com tráfego bloqueado há mais de 20 dias.
A Federação da Agricultura de Mato Grosso tem recomendado aos produtores’respeito as leis e calma’.
A desobstrução em Sinop deve ocorrer esta tarde. Mas, segundo o inspetor Ismael Vieira, que comanda a operação, estão aguardando reforços para cumprir a liminar de desobstrução da rodovia. Policiais continuam monitorando o tráfego em Sorriso e Lucas do Rio Verde, garantindo a passagem de todos os veículos. Ontem, cerca de 50 policiais participaram das operações.
De acordo com o inspetor, o reforço será para manter a ordem, já que em Sorriso, agricultores e policiais entraram em confronto durante a liberação. A polícia jogou bombas de efeito moral e atirou para o alto, para conter a multidão que se reuniu na rodovia. Algumas pessoas tiveram ferimentos leves. Cinco pessoas, a maioria agricultores, foram presas, acusadas de resistirem ao cumprimento da decisão judicial para liberar o tráfego, mas foram liberados hoje de manhã.
O movimento começou há cerca de um mês e centenas de cargas com produtos agrícolas estavam paradas nos municípios. Ontem, durante uma reunião entre organizadores, em Cuiabá, ficou acertada a liberação desses caminhões. Em Sinop, a liberação será feita amanhã de manhã. Só ficarão retidos os caminhões e carretas que foram presos desde ontem. Um dos organizadores explicou que muitos caminhoneiros estão passando dificuldades e precisam trabalhar para sustentar a família.
Os bloqueios devem continuar até o dia 25, quando os produtores esperam que o Governo Federal anuncie o pacote de medidas, atendendo as reivindicações do setor. Entre elas a mudança no câmbio para a soja, arroz, milho e algodão voltarem a ter renda, que seja autorizado prazo de 120 dias para pagamento de dívidas com bancos e iniciativa privada, além da redução no óleo diesel e mais créditos.
(Atualizada às 13:12hs)