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Polícia Federal deve investigar denúncias de Greenpeace em Juína

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O Ministério Público Federal de Mato Grosso encaminhará, esta semana, à Policia Federal, pedido de investigação sobre episódio envolvendo ameaças e a suposta expulsão sofridas por representantes de duas organizações não-governamentais (ONGs) e de dois jornalistas estrangeiros na cidade de Juína (MT).
Segundo a assessoria do MPF/MT, o pedido de investigação já foi assinado pelo procurador responsável pelo caso, Mário Lúcio Avelar, e deve ser encaminhado à PF até a próxima sexta-feira.

O incidente em Juína teria sido articulado por um grupo de fazendeiros locais, contando com a participação de autoridades locais contrárias à ampliação da terra indígena dos Enawene-Nawe. O episódio gerou um vídeo, postado na semana passada na internet, “Amazônia, Uma Região de Poucos”, ou, na versão em inglês, “Amazon: In The Hands of a Few”. O título ironiza o atual slogan do governo federal, “Brasil, Um País de Todos”.

De acordo com o coordenador do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adário, que fazia parte do grupo que foi alvo das agressões registradas no vídeo, a equipe teria sido confundida com técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) responsáveis pelos estudos sobre a demarcação da área em disputa.

“Nos confundiram com um grupo de antropólogos que iriam demarcar uma área lá de Juína, que está sendo disputada entre os fazendeiros e os Enawene-Nawe”, relata ele. Após passar a noite em um hotel da cidade, vigiado pelos fazendeiros, o grupo foi encaminhado, no dia seguinte, à Câmara Municipal, onde permaneceram por seis horas sob interrogatório, conforme a descrição feita no vídeo.

O prefeito da cidade, Hilton Campos, confirma que o episódio capitaneado pelos fazendeiros foi motivado pela disputa da área. “Para que eles vão filmar, se já existem imagens via satélite de todas as áreas?”, questiona Campos. Indagado sobre sua motivação pessoal para ter participado do episódio, o prefeito confirma que defendia a causa dos fazendeiros. “Não é porque sou contra o índio, mas já são 63% de reserva indígena no município”.

No vídeo, durante a sessão improvisada na Câmara, o prefeito afirma que a equipe não entraria na área indígena “de jeito nenhum”. Em dado momento, no saguão do hotel, quando a equipe está pegando seus pertences para ir embora da cidade, um dos fazendeiros afirma: “Tem que arrastar um cara desses com a caminhonete aqui até…”. Os agressores também afirmam, em outro momento que vão “guardar uma foto ou duas” dos ativistas para “lembrar deles”, caso voltem à cidade.

No dia seguinte ao interrogatório mostrado no vídeo, os ativistas e jornalistas estrangeiros foram escoltados pela Polícia Militar e por uma carreata de produtores rurais até o aeroporto da cidade. Segundo o chefe da Funai em Juína, no mesmo dia, um grupo de fazendeiros invadiu o escritório da fundação na cidade, ameaçando-o. “Eles deixaram a mensagem de que, se a terra indígena for demarcada, nós [os servidores e os indígenas] teríamos problemas”, relata Antônio Ferreira de Aquino.

A área em disputa tem aproximadamente 200 mil hectares e fica na região noroeste de MT, conhecida como Gleba do Rio Preto. Para os indígenas, a região está ligada a suas tradições, como os rituais comunitários de pesca yankwã. Atualmente a área é utilizada para a criação de gado.

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