Quatro policiais militares de Mato Grosso, acusados por diferentes crimes, foram exonerados pelo Comandante Geral, coronel Osmar Lino Farias, “para o bem da disciplina do serviço ativo” e não fazem mais parte do efetivo. As portarias foram publicadas em Diário Oficial do Estado, que circula hoje. O cabo Paulo Candido de Souza e o soldado Marcos Roberto Monteiro foram exonerados após serem presos e autuados em flagrante acusados de terem exigido vantagem indevida, na quantia de R$ 2 mil, para liberar um veículo carregado com madeira bruta. O fato ocorreu em maio de 2010, no posto policial do trevo de Santo Antônio do Leverger. De acordo com a portaria, as “transações” terminaram com o valor de R$ 1 mil. Gravações de áudio e vídeo confirmaram o caso.
Outra situação envolve o soldado José Pereira da Fonseca Filho, expulso por transgressão militar. O caso citado na portaria ocorreu em janeiro de 2009, em Rondonópolis. Ele estaria em uma moto, junto com o irmão, quando fugiu após ver um veículo descaracterizado da Polícia Militar. Na ocasião, uma arma teria sido arremessada pelo irmão do PM (carona na moto) e, posteriormente, uma mochila, onde havia luvas descartáveis, capuz, marreta, cordas, munições e uma capa de colete balístico. A portaria descreve ainda que “embora não tenha sido efetivado o roubo, uma vez que os policiais, em tese, anteciparam a ação da dupla, os apetrechos que possuíam eram apropriados para tal fim”. O PM é suspeito de outros crimes, após denúncia feita pela ex-esposa ao comando.
O último procedimento de exclusão é do soldado reformado Écio Duarte Alves, suspeito de envolvimento em um duplo homicídio, ocorrido em Cáceres e Mirassol D”Oeste. Inicialmente, ele respondeu processo administrativo disciplinar por, em 2003, ser abordado em barreira policial em Porto Esperidião, com uma arma, dentro de um carro com outras pessoas. A arma apreendida com ele seria a mesma utilizada em um dos homicídios. A prisão provisória de Écio, acusado pela suposta autoria dos homicídios, foi emitida pouco tempo após a abordagem policial.
Os policiais exonerados poderão recorrer, na Justiça, da decisão do comando. Ano passado, vários militares que não apresentaram conduta compatível com o cargo foram excluídos da corporação.