O Conselho Nacional do PMDB aprovou hoje proposta de apoio à coalizão no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apoio foi baseado em uma proposta apresentada pelo presidente ao partido, deputado Michel Temer (SP), com sete itens, entre eles, a realização de reformas política e tributária.
O Diretório de Pernambuco e o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) foram os únicos a votar contra a coalizão. Jarbas considerou a decisão equivocada. “Uma decisão errada, esse não é o caminho para o PMDB recuperar o tempo perdido. Não é aderindo ao governo, a Lula, ao PT, que o PMDB vai encontrar o seu caminho”, disse ele.
Apesar disso, o senador eleito ressaltou que não vai radicalizar e que votará matérias que considerar importantes para o país, mesmo que tenham sido encaminhadas pelo Executivo. “Se Lula mandar reforma, e eu achar que reforma atende os interesses do país, eu voto com a reforma. Não vou ficar alinhado com o governo e votar o que o governo quer que vote”, explicou.
O presidente do partido avisou que a coalizão será mantida enquanto os itens acordados forem mantidos. “Nosso compromisso é com esses princípios programáticos. Se eles forem adiante, nosso compromisso segue. Se não, ouviremos o partido para ver o que fazer”, informou Temer. Ele acrescentou que a coalizão é de natureza governamental, e não eleitoral.
Questionado sobre a ocupação de cargos no governo, Temer disse que a decisão caberá a Lula. “Isso pode ser conseqüência da aprovação desse projeto para o país. Mas quem vai definir isso é o presidente da República. É o presidente que vai verificar entre os quadros do PMDB aqueles que ele deseja que estejam ao lado do governo para cumprir esse projeto”, afirmou.