Dados publicados nesta semana por uma organização não governamental do Estado, mostram que 262,5 mil hectares, ou seja 93% das áreas exploradas legalmente no estado ocorreram a partir de Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). “Isso demonstra o compromisso do setor com a exploração sustentável de madeira”, diz Valdinei Bento dos Santos, diretor executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (CIPEM).
O estudo aponta que após analisar 697 autorizações de exploração florestal vigentes entre 2014 e 2016, foi constatado que 59% da área total de exploração madeireira mapeada foram feitas com autorização válida.
Outro dado que comprova a sustentabilidade do setor no Estado é que houve uma redução da proporção da ilegalidade ocorrida entre 2011 e 2013 em relação a 2014 e 2016.
Embora o estudo apresente dados da legalidade do setor, preocupa por ser pouco confiável com relação a metodologia utilizada para comprovar a ilegalidade. Além de fazer alusões a fatos sem prova científica, o documento confunde exploração florestal com desmatamento e queimadas. A organização diz ter avaliado a manutenção da cobertura florestal nas áreas exploradas com fins madeireiros através do cruzamento com os dados de desmatamento e de áreas atingidas por incêndios florestais. Contudo, é tecnicamente impossível atribuir à exploração florestal toda a responsabilidade pelas mudanças ocorridas na floresta, aponta o Cipem, por meio da assessoria.
De acordo com o CIPEM, essas falhas não ocorreriam se a organização focasse na sustentabilidade dos processos produtivos dos diversos segmentos, se comparar os dados e melhorar as análises, tendo um resultado mais condizente com a realidade em campo.
A publicação também questiona a gestão florestal feita pelo governo do Estado. Mas, ao fazer isso, coloca em dúvida a idoneidade do setor, envolvendo-o em questões políticas e não técnicas. “Nos últimos anos, o setor tem contribuído tecnicamente de forma significativa para apoiar a melhoria da gestão e, por isso, não pode ficar vulnerável a disputas políticas ocorridas nessa área sempre que uma informação contraditória é publicada”.
“Sempre mostram o que consideram insuficiente, mas deveriam destacar o que já melhorou, como o esforço do setor em desenvolver a sustentabilidade, comprovado pela diminuição das práticas consideradas em não conformidade com a legislação”, ressaltou Santos.
O CIPEM reforça que a produção de base florestal em Mato Grosso é um setor importante, gerando cerca de noventa mil empregos diretos e indiretos e representando o quarto lugar na economia estadual. Além disso, o manejo florestal sustentável presta importantes serviços ambientais, como sequestro de carbono, que reduz o efeito estufa, e o extrativismo sustentável de produtos não madeireiros mantendo a floresta, que desenvolve outras cadeias socioeconômicas.