Mais de um ano após o anúncio, por parte da presidente Dilma Rousseff (PT), da criação do Plano de Aviação Regional (PAR), nenhuma das 13 obras previstas para serem realizadas em Mato Grosso foi iniciada. O Estado deve receber com o programa mais de R$ 330 milhões, dos R$ 7,3 bilhões previstos para todo o país.
A falta de investimentos em infraestrutura, segundo empresários do setor, aumenta o custo do transporte aéreo e dificulta a expansão da malha aérea brasileira, fazendo com que várias localidades, incluindo Mato Grosso, trabalhem acima da capacidade real.
Proprietário de uma empresa de táxi aéreo, Hélio Vicente destaca que os investimentos, escassos, não acompanharam o crescimento da aviação no Brasil, alavancado pela ascensão da classe C, nem tampouco o crescimento de estados fora do eixo Sul-Sudeste. “Infelizmente a infraestrutura não acompanhou a demanda, o que acaba reduzindo o crescimento do setor”.
Segundo Hélio, o principal problema enfrentado nos aeroportos existentes em Mato Grosso é a ausência de pátios para o estacionamento das aeronaves. “Isso acontece não só nos de pequeno porte, mas até mesmo nos maiores. Se houver um evento de grande porte, por exemplo, não há onde se deixar as aeronaves, cada empresa tem que se virar para conseguir”.
O problema tende a ser acentuado nos meses de junho e julho de 2014, quando Cuiabá recebe 4 jogos da Copa do Mundo de futebol. “Há uma previsão de aumento de vôos comerciais, das grandes companhias, e das empresas de táxi aéreo e ainda não foi divulgado nada que seja capaz de garantir condições para o transporte aéreo”.
Outro ponto levantado pelo empresário é a questão do controle do espaço aéreo, segundo ele, tão problemático quanto a situação verificada nos aeródromos. “Tem que haver um investimento grande nas duas áreas, em infraestrutura e tecnologia. As empresas atuam fortemente para dar conforto aos passageiros e esperam uma contrapartida do Poder Público. Todo o plano que contemple isso é considerado positivo, mas ele precisa sair do papel”.
PAR – Anunciado em 20 de dezembro de 2012, o PAR prevê a modernização ou construção de 270 aeroportos regionais. Em Mato Grosso, serão contempladas as cidades de Alta Floresta, Vila Rica, Juína Juara, Sinop, São Félix do Araguaia, Lucas do Rio Verde, Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis e Barra do Garças. Além deles, outros 3 aeroportos fazem parte da lista e, em outubro deste ano, foram classificados como parte de uma relação de 50 aeródromos prioritários, Matupá, Pontes e Lacerda e Tangará da Serra.
Informação – Além da infraestrutura, governo estuda subsídios às empresas aéreas que voarem para as cidades selecionadas.