O pizzaiolo Weber Melquis Devandes de Oliveira, 26, foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Katsue Stefany dos Santos Vieira, ocorrido em fevereiro de 2012. O caso chocou a capital mato-grossense pela crueldade com que Weber se desfez do corpo da vítima, queimando-o no forno da pizzaria onde trabalhava com a família. A mãe de Katsue, Maria Eunice Pereira, disse que não ficou satisfeita com a condenação do assassino de sua filha e irá procurar o Ministério Público para tentar recorrer. “Esperávamos que ele pegasse no mínimo 30 anos de prisão”.
Weber foi condenado pelo tribunal do júri realizado no Fórum de Cuiabá, presidido pela juíza Mônica Catarina Perri, que teve duração de mais de nove horas. Foram colhidas as oitivas do pai de Weber, da mãe da vítima Katsue e funcionários de estabelecimentos vizinhos à pizzaria onde o crime foi cometido. Em seu depoimento, o réu manteve a confissão contada à polícia à época de sua prisão, dez dias depois do crime. Segundo ele, logo que viu a jovem Katsue na madrugada do dia 03 de fevereiro de 2012 sentiu vontade de matá-la. Os dois usaram cocaína e bebida alcoólica e depois foram até a pizzaria da família de Weber para pegar mais dinheiro e comprar mais drogas, segundo ele a pedido de Katsue.
No comércio, a vítima teria dito que tinha cocaína e passaram a usar a droga dentro do estabelecimento. Foi neste momento em que Weber pegou a faca e tentou atingi-la duas vezes, mas ela desviou. Depois ele conseguiu acertar um golpe no pescoço da moça e ao vê-la morta entrou em desespero. Então, ele colocou o corpo dentro do forno, jogou lenha, acendeu o fogo e jogou um balde de água no chão. Apesar de relatar os fatos com detalhes, Weber disse que não se recorda porque agrediu a menina e queimou o corpo.
O entregador de farmácia Evaldo da Silva Araújo, 22, que trabalhava em uma farmácia em frente à pizzaria, depôs como testemunha relatando que viu o acusado saindo da pizzaria com as roupas sujas de sangue e uma água suja de sangue escorrendo pela calçada. A inquilina Divair Aparecida Soltier, 42, morava em cima da pizzaria e contou ao juízo que ouviu gritos de socorro e viu Weber desesperado. “Perguntei se era assalto, mas ele não respondeu. Não sei se não ouviu, ou se não quis falar mesmo”.
O pizzaiolo ainda pode recorrer da sentença.