sexta-feira, 13/dezembro/2024
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Pistola apreendida não foi a utilizada no assassinato de jornalista

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A pistola 380 apreendida na madrugada de sábado (30), no bairro Santa Laura, não foi a arma utilizada no assassinato do jornalista Auro Ida, 53 anos, executado com 6 tiros na noite do dia 21 de julho, no Jardim Fortaleza. O laudo de balística encaminhado ontem pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) deu negativo para a arma, informou o delegado Antônio Garcia de Matos, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação do crime. Com isso, o proprietário da arma Luan Alves Santos, 19 anos, o "Pica Pau", vai responder neste caso pelo crime de porte ilegal de arma. Ele já havia se apresentado à Polícia esta semana e negado a participação no assassinato, alegando que comprou a arma para defesa.

Segundo Garcia, "Pica Pau" não se enquadra na descrição do assassino, dada pela testemunha do crime. A estudante Bianca Naiara Corrêa Souza, 19 anos, namorada de Auro, alega que não viu diretamente o assassino que mandou ela descer do veículo em que estava com Auro, pouco antes de executá-lo com tiros na boca, nuca e peito. Mesmo assim ela forneceu algumas informações que apontam para o tipo físico do assassino.

Este perfil está muito próximo de Evair Peres, o "Baby", preso pela Polícia Militar 3 dias após o crime. Ele foi apontado por várias denúncias feitas por moradores do bairro como o autor do crime. As denúncias chegaram com base em declarações do próprio "Baby", que na época teria comentado com outras pessoas que foi ele o autor dos disparos. Ao ser levado para depoimento, ele negou o fato e foi liberado. Mas ainda figura como suspeito.

Ele mora no bairro Jardim Fortaleza, local do crime. Para Garcia o laudo negativo em relação à pistola apreendida com "Pica Pau" não altera o curso das investigações, que continuam avançando. Garante que a motivação de crime passional ainda figura como a mais provável e que já há indícios fortes de autoria. Entre os suspeitos investigados estão os maridos, companheiros e ex-namorados das jovens que mantinham ou mantiveram relação com o jornalista. Ninguém foi preso mas várias pessoas foram ouvidas e podem ser indiciadas.

O delegado ressaltou que há cerca de cinco anos Auro convivia com as jovens da região, inclusive teve filhos. Mesmo terminando a relação com elas, continuava mantendo as mesmas financeiramente, o que contrariava alguns dos atuais namorados e maridos. Entre eles o ex-marido da atual namorada, Bianca Naiara, com quem ele estava na hora do crime, um dos primeiros a figurar como mandante da morte. Para Garcia, outros jovens do bairro teriam motivos para se sentirem ameaçados pela influência que a vítima tinha sobre as companheiras. Entre eles, um que já tem histórico de outro assassinato, justamente de fundo passional e que como agravante é suspeito de atuar no tráfico de entorpecentes no bairro.

Todas as pistas são investigadas e Garcia ressaltou o trabalho da Polícia Militar, do Grupo de Combate ao Crime Organizado da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, que tem dado apoio às investigações em decorrência do reduzido efetivo por causa da greve dos investigadores e escrivães.

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