O piloto do avião Legacy, Joe Lepore, e o co-piloto, Jean Palldino, que podem ter chocado com o Boeing da Gol prestaram depoimento juntamente com os cinco tripulantes do jato por cerca de sete horas na sede da Polícia Judiciária Civil em Cuiabá. Eles foram ouvidos como vítimas do acidente que vitimou 155 pessoas do Boeing da Gol.
Dentre os passageiros há um jornalista do jornal americano The New York Times – Joe Sharkey -, além do piloto americano Joe Lepore, do co-piloto americano Jean Palldino, os americanos e proprietários da empresa Excel Air, Ralph Michielli e David Rimmer, os funcionários da Embraer, o brasileiro Daniel Bachmann e o americano Henry Yendle.
As equipes de salvamento reiniciam os trabalhos de busca de corpos nesta manhã. Uma equipe de salvamento está abrindo uma clareira no meio da mata amazônica, localizada na Reserva Indígena no Xingu para iniciar os trabalhos de translado dos corpos, identificação e embalsamento.
Depoimento dos integrantes do Legacy
Uma equipe composta pelo diretor da Policia Judiciária Civil, Romeu Luis dos Santos, o delegado Anderson Garcia e o delegado Marcelo Filisbino realizou na noite de sábado e manhã de domingo, os interrogatórios para descobrir as causas do acidente.
O piloto e co-piloto do jato Legacy caso forem culpados, podem ser acusados de homicídio culposo, neglicência, imperícia e imprudência. A sentença pode ser encaminhada aos Estados Unidos, onde será homologada à Suprema Corte Americana, onde lá cumpririam pena. Além do inquérito civil, eles devem responder à prosseguimentos com a aeronáutica.
“Eles afirmam que não viram nada, ouviram um impacto e sentiram um choque no avião. Após o choque houve um desequilíbrio na aeronave e solicitaram à torre para pousar na base área de Cachimbo (PA)”, relatou o delegado Anderson Garcia que ouviu o piloto e co-piloto.
Segundo o delegado Anderson Garcia, o avião Legacy estava na altura de 37 mil pés quando houve o choque. O piloto do avião afirma que eles estavam cumprindo a rota de vôo. “Eles falam que não mudaram de rota. Nós vamos solicitar a Infraero os planos de vôo das duas aeronaves e solicitar perícia das duas caixas pretas”, disse Garcia.
No momento do choque, o Legacy estava no automático e após o acidente teve a parte traseira superior (aprofundador) danificada. O choque fez alterar o equilíbrio da aeronave que recobrou estabilidade após meia-hora.
O diretor da Policia Judiciária Civil, Romeu Luis dos Santos disse que foi uma decisão da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso em determinar que os sete ocupantes do avião Legacy prestassem depoimento em Cuiabá para acelerar as investigações já que estavam na base aérea do Cachimbo (PA). Foi aberto um inquérito civil pela Policia Judiciária Civil de Mato Grosso e um outro inquérito pela Infraero.
O delegado Anderson Garcia que acompanha as investigações, afirmou que ainda é muito cedo e prematuro para fazer qualquer avaliação. “Iremos apurar e julgar quem forem os culpados. Eles foram ouvidos e não temos indícios de autoria na colisão com o Boeing. A perícia das aeronaves nos auxiliarão na apresentação de indícios”.
A aeronave está na base aérea Serra do Cachimbo para ser periciada. Sobre o equipamento transponder que permite a identificação da posição da aeronave por outros aviões. Garcia declarou que o equipamento não disparou em nenhum momento, para informar a presença de outra aeronave.
“Os ocupantes do Legacy ficaram chocados ao saber do acidente. Além disso reafirmaram que sentem muito pelas vitimas e seus familiares”. O avião Legacy, de fabricação da Embraer havia sido comprado pela empresa de Táxi-aereo Excel Air.
O depoimento dos sete ocupantes do avião iniciou às 21h de sábado e encerrou às 4h30 de hoje. Eles estavam acompanhados do vice-cônsul dos Estados Unidos, sediado em Brasília, Mark Pannel; do advogado da Embraer, Antonio Carlos Gonçalves e duas assessoras de imprensa da Embraer; Após o depoimento não foi permitido a imagem e entrevista dos integrantes do Legacy.
A equipe de reportagem da TV Cidade, afiliada do SBT foi até o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande para registrar imagens dos tripulantes e pilotos do jato, no entanto foram detidos às 4h30 pela Policia Federal. A equipe teve que prestar depoimento, pois estava em aérea reservada, eles foram liberados às 6h.
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