Policiais federais em Mato Grosso paralisaram ontem as atividades administrativas por 2 horas. O protesto faz parte de uma manifestação nacional para garantir o reenquadramento da categoria. Em Cuiabá, em frente à Superintendência da PF, o movimento foi pequeno, sendo que dos mais de 100 servidores, apenas cerca de 25 cruzaram os braços e foram até a frente do prédio.
Conforme o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso, Erlon José Brandão Souza, o Estado está entre os que mais sofrem com as mudanças na lei que criou uma terceira classe para progressão de carreira, obrigando os servidores a trabalharem mais 5 anos para conquistar a promoção. Para se tornar agente especial, o servidor deverá trabalhar 15 anos, sendo que antes da alteração eram 10 anos.
Dos 250 servidores, 90% do efetivo foi aprovado no concurso realizado em 2005 e ainda não conseguiu a promoção. A reclamação é que as mudanças foram feitas após a realização da prova, quando a primeira turma se formou. "Mudaram as regras no meio do jogo", afirma o sindicalista.
Para reverter a situação, Souza explica que um recurso é analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Mas a Justiça é muito lenta, por isso nós estamos tentando um acordo na esfera administrativa". Uma reunião no Ministério da Justiça deve ocorrer ainda nesta semana e a categoria não descarta uma greve geral nacional. Esta foi a segunda paralisação deste tipo no ano.
O salário inicial para agentes, escrivães e papiloscopistas é de R$ 7 mil e para delegados e peritos de R$ 13 mil. Da terceira para a segunda classe, após 5 anos, o aumento salarial para o concursado é de R$ 300, da segunda para a primeira R$ 1 mil e desta para a especial são R$ 1,5 mil.
O presidente do sindicato lamentou a baixa participação dos servidores no movimento, mas avalia que isto se deve ao receio de retaliação da chefia. Também considera que grande parte do efetivo da PF em Mato Grosso está atuando em operações no Estado. Ele garante que a adesão foi boa nas 4 delegacias do interior, em Rondonópolis, Cáceres, Sinop e Barra do Garças.