Pesquisadores estão desenvolvendo uma rede abrangente de estações de monitoramento das variáveis microclimáticas e qualidade do ar no Estado para coletar dados micrometeorológicas em 141 municípios, contam atualmente com 14 estações instaladas. Utilizando tecnologia de baixo custo, como sensores construídos com impressão 3D e placas de desenvolvimento de código aberto (sensores comerciais), essas estações foram projetadas para serem colocadas em escolas públicas e instituições do Governo.
Os dados coletados por essas estações, como temperatura do ar, umidade, radiação solar, precipitação, velocidade e direção do vento, serão centralizadas em um servidor hospedado na Superintendência de Tecnologia da Informação da Universidade Federal de Mato Grosso. As informações serão disponibilizadas em tempo real em site dedicado, permitindo não apenas o monitoramento contínuo das condições microclimáticas, mas também o acesso público aos dados através de gráficos e mapas interativos.
O coordenador do projeto, professor doutor João Basso Marques, da área de Física Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso, explicou que “devido à grande extensão territorial do estado, enfrentam-se significativos desafiio quanto ao monitoramento das variáveis microclimáticas, sendo que apenas alguns municípios próximos à capital, possuem algum tipo de monitoramento regular, deixando uma lacuna crítica, em grande parte dessas regiões mais distantes”.
O grupo de pesquisa “Física Aplicada, Detectores e Automação”, do Instituto de física e programa de pós-graduação em física ambiental da UFMT, trabalha no desenvolvimento de tecnologias acessíveis para monitoramento climático com projetos de extensão com participação de professores, técnicos, alunos bolsistas e voluntários.
“Atualmente, 85% dos municípios do Mato Grosso não possuem monitoramento regular das variáveis microclimáticas, concentrando-se apenas na capital, Cuiabá. Esta falta de dados é um obstáculo significativo para enfrentar crises ambientais, como as recentes queimadas que devastaram aproximadamente 30% do Pantanal. A ausência de um sistema de alerta para condições climáticas extremas agrava a situação, colocando em risco a saúde pública e a segurança ambiental”, disse Marques, através da assessoria.
Segundo o coordenador, diante do aumento alarmante de queimadas nos Biomas da Amazônia, Cerrado e do Pantanal, a vegetação dessas regiões necessitam de um sistema de alerta climático local para situações extremas. “Temperaturas que frequentemente alcançam 44ºC, umidade do ar abaixo de 10% e poluição gerada pela fumaça das queimadas, criam um cenário desafiador para a saúde pública e a conservação ambiental”, afirmaram os pesquisadores.
Além de promover a conscientização ambiental e a educação climática nas comunidades locais, o projeto envolve ativamente professores e alunos das escolas participantes na manutenção e operação das estações, com a realização de treinamentos periódicos para garantir que essas estações estejam operando de maneira eficiente, contando com a realização de fórum online de discussão sobre os impactos das mudanças climáticas locais.
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