Pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) participam do filme ‘Pantanal Paraíso Restaurável’ que busca conscientização em prol do bioma Pantanal. Além das belas imagens do Pantanal, o documentário traz depoimentos das populações ribeirinhas que vivem da pesca e da coleta de iscas, as preocupações de especialistas que estudam o bioma e de pessoas que buscam fazer a diferença em prol do rio Paraguai e consequentemente do Pantanal. Entre os especialistas ouvidos estão os professores pesquisadores da Unemat Claumir Muniz e Solange Ikeda, ambos doutores em Ecologia e Recursos Naturais.
O filme é o primeiro de uma trilogia. O documentário é uma produção em colaboração de cinco organizações não governamentais: Acaia Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, MAPBiomas, Pantanal SOS e Documenta Pantanal. No primeiro filme as questões abordadas envolvem o assoreamento do rio Paraguai. As filmagens foram realizadas a partir de Corumbá (MS), subindo até as nascentes do Rio Paraguai em Alto Paraguai (200 quilômetros de Cuiabá) em dezembro do ano passado, mês que inicia a temporada das cheias no Pantanal, caracterizada por chuvas que se estendem até março.
Embora o assoreamento seja um fenômeno natural, Claumir Muniz destaca que o perigo mora na celeridade desse processo ocasionada pelos impactos ambientais provocados pelo homem. “O que acontece hoje é que a ação antrópica está acelerando isso, principalmente o processo de assoreamento e também contaminação por produtos químicos utilizados nessas áreas de cabeceiras”, explica Muniz.
Solange Ikeda pontua que “a conservação do Pantanal só é possível com o plantio de árvores nas nascentes do rio Paraguai, se a gente conservar uma área que está 70% desmatada, que é a parte do Planalto. O Pantanal depende de que árvores sejam plantadas na parte alta, nas nascentes”.
De acordo com o diretor do filme, Sandro Kakabadze, a trilogia chega para conscientizar o maior número de pessoas e organizações sobre o bioma Pantanal. No primeiro filme é possível ver o quão nocivo são os impactos provocados pela diminuição da profundidade do rio e da biodiversidade do ecossistema, o surgimento de bancos de areia e a redução das áreas inundadas. Mas o que mais impacta o diretor é a situação vulnerável da nascente do Rio Paraguai. “Ele nasce em uma grande fazenda de soja. O reflorestamento das nascentes é urgente. Espero que o filme contribua para aumentar o engajamento de pessoas, fazendas, organizações e empresas nesse processo”, destacou Kakabadze, através da assessoria.
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