O pesquisador da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP) de Botucatu (SP), Vidal Haddad Júnior, que trabalha com aspectos científicos de ataques de animais a seres humanos considerou, em entrevista, ao Só Notícias, que é raríssimo ataques de onças a pessoas. Normalmente, segundo ele, ocorrem para defender os filhotes, durante alimentação e acasalamento.
“Esses acidentes acontecem, porque todo animal selvagem tem seu comportamento, que às vezes se torna agressivo em certas condições. Nesse caso, foi justamente para defender os filhotes. Uma segunda situação, é quando está se alimentando ou em acasalamento. É extremamente perigoso se aproximar. Porém, não será uma ataque para matar. São unhadas, agressões para que provoque afastamento da presa, filhote e do alimento dela”.
Haddad Júnior afirmou ainda que e é muito rara a morte de pessoas que foram vítimas de ataques. “Não, é algo comum. Esses ataques sempre existiram, mas antes não tínhamos celulares e internet como temos hoje. Essas ocorrências ficaram mais populares. Não há menor possibilidade das pessoas matarem esses animais. A onça tem medo e foge”.
Os cuidados são não se aproximar do animal. “Os moradores não devem se aproximar de forma alguma. Não atrair um animal que tem por instinto se afastar. São coisas que vão ocorrer. A convivência é possível mantendo distância. Normalmente ela se esconde. O que ocorreu com esse senhor em Mato Grosso é raro. É um fato isolado e não há motivo para agredirem o animal”.
Conforme Só Notícias já informou, o indígena Irenaldo José da Silva, de 36 anos, foi atacado por uma onça pintada na região indígena Baía dos Guatós, em Barão de Melgaço (110 quilômetros de Cuiabá), no último dia 16. Ele passou por cirurgia e continua internado Hospital Metropolitano de Várzea Grande e ainda não tem previsão de alta, segundo a esposa, Eliane Miguelina de Oliveira. “Ele estava com o pai e dois irmãos trabalhando na lida do gado. A onça estava na toca com dois filhotes. Quando ele passou com cavalo, ela pulou e derrubou. Assim que caiu não deu mais tempo de evitar o ataque”, disse Miguelina, anteriormente, em entrevista, ao Só Notícias.