Recurso natural abundante em áreas florestais, as árvores são vistas como o principal elemento para exploração econômica na região amazônica, sobretudo por meio da derrubada para extração de madeira. No entanto, essa não é a única opção para quem tira da floresta seu sustento. Os recursos ou produtos florestais não madeireiros – PFNM estão entre os diversos bens e serviços da floresta amazônica que vêm sendo extraídos, eliminados ou substituídos no processo de desmatamento. Entre eles estão as plantas medicinais, extratos, frutas, sementes, cipós, cortiças, fibras, resinas, taninos, óleos, e outros de uma lista quase interminável. Os estudos de manejo vêm sendo acompanhados em áreas de parcelas permanentes em diferentes locais no Estado de Rondônia. Espera-se com isso propor estratégias de manejo e uso dos recursos florestais não-madeireiros de maneira integrada, facilitando a proposição de políticas públicas para o uso sustentável dos recursos naturais amazônicos.
A pesquisadora da Embrapa Rondônia (Porto Velho – RO), Michelliny Bentes-Gama, desenvolve trabalhos relacionados à exploração de produtos florestais não madeiráveis, alternativa que permite obtenção de lucro aliada à preservação ambiental. Uma das principais características é que nos últimos cinco anos esses recursos florestais vêm sendo amplamente utilizados, tanto nas indústrias farmacêutica e cosmética, como em vários processos artesanais, e nesse último caso favorecendo a diversificação da renda em comunidades extrativistas e agrícolas da Amazônia. A pesquisa com espécies não madeireiras atende de maneira direta a necessidade de fornecer subsídios ecológicos sobre as espécies e melhorias dos processos de manejo das espécies, frente ao sistema atual, que não apresenta maior controle por parte da legislação ambiental. Os estudos ecológicos vêm apoiando o aumento do conhecimento sobre os principais locais de ocorrência natural das espécies e seu comportamento biológico, para se saber a melhor época para coletas, cortes, e outros processos ligados ao manejo das espécies.
Por ser uma região rica e bastante densa, encontramos na vasta redondeza amazônica grandes estoques de madeira, mas também de borracha, castanha, peixes, minérios e plantas. Entre os produtos não madeiráveis que podem ser explorados de forma sustentável em áreas florestais estão sementes, frutos, resinas, cipós e fibras, produtos não madeiráveis que podem ser destinados a diferentes fins, como confecção de artesanatos, por exemplo.
A Rede Kamukaia, liderada pela Embrapa Acre, que envolve diferentes unidades da Embrapa da Região Norte, desenvolve pesquisas com a finalidade de selecionar espécies florestais que podem fornecer recursos não madeiráveis para exploração econômica. “As espécies foram selecionadas de acordo com a ocorrência natural nos diferentes estados da região norte. Em Rondônia, nosso foco de estudo está concentrado basicamente sobre as espécies copaíba, castanha-do-brasil, cipó titica e babaçu”, explica Michelliny. Os estudos de manejo vêm sendo acompanhados em áreas de parcelas permanentes em diferentes locais no estado de Rondônia. Espera-se, com este trabalho, propor estratégias de manejo e uso dos recursos florestais não-madeireiros de maneira integrada, facilitando a proposição de políticas públicas para o uso sustentável dos recursos naturais amazônicos, e assim aprender a valorizar produtos e serviços da floresta.
Com a preocupação de auxiliar os produtores no trabalho de preservação da floresta, a pesquisadora chama a atenção para a importância dos aceiros no combate à ocorrência de incêndios.