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Pesquisa apoiada pelo MPT avalia impacto dos agrotóxicos na região do Juruena

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O Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) firmaram um Termo de Cooperação Técnica que possibilitará investigar o impacto que a utilização de agrotóxicos causa à saúde de trabalhadores e moradores de algumas cidades localizadas na região da Bacia do Juruena. O projeto de pesquisa será custeado por meio da destinações de multas e condenações obtidas pelo MPT em ações judiciais, e desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador (NEAST) do Instituto de Saúde Coletiva (ISC).

A procuradora-chefe do MPT em Mato Grosso, Marcela Monteiro Dória, falou sobre a parceria entre MPT e universidade. "Por intermédio do termo de cooperação técnica, teremos dados mais concretos sobre os prejuízos causados à saúde dos trabalhadores pela exposição indevida aos agrotóxicos, possibilitando a ampliação da atuação do MPT, tanto de maneira repressiva quanto preventiva".

De acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) de 2013, Mato Grosso é o campeão brasileiro na utilização de agrotóxicos para o plantio. Só no ano passado, 140 milhões de litros foram utilizados nas lavouras, principalmente herbicidas, inseticidas e fungicidas. Essa quantidade equivale a cerca de 43 litros de veneno por pessoa no estado.

Para o procurador do Trabalho Leomar Daroncho, coordenador do Fórum Mato-grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, levantamentos como esse despertam a preocupação não apenas da comunidade científica, mas de toda a sociedade brasileira. "Apesar do amplo conhecimento técnico acerca dos efeitos maléficos dos agrotóxicos, que incluem vários casos de contaminação de trabalhadores, do consumidor e do meio ambiente, é importante identificar de forma mais precisa a presença dos resíduos no meio ambiente. Por isso é fundamental a interação entre as instituições – MP e Universidade – para que a atuação se dê de forma qualificada", conclui.

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