O Conselho Estadual de Pesca (Cepesca) definiu, hoje, que o período da Piracema em Mato Grosso começa em 1º de outubro e vai até 31 de janeiro do ano que vem, mantendo a mesma data dos últimos anos, nos rios das Bacias Hidrográficas do Paraguai, Amazonas e Tocantins-Araguaia com base nos estudos de monitoramento reprodutivo dos peixes de interesse pesqueiro no Estado. Os conselheiros, que são representantes de diversos órgãos e instituições governamentais, empresariais e sociais, debateram, em sessão on line, o período e os dados técnicos sobre o monitoramento reprodutivo, que foram apresentados pela doutora em Ciências Biológicas e professora da Universidade Federal de Mato Grosso , Lúcia Aparecida de Fatima Mateus. Mato Grosso é o único Estado a utilizar dados científicos para definir o período de defeso na reprodução dos peixes.
Os dados começaram a ser recolhidos em 2015, por meio de relatórios técnicos e banco de dados de diversas instituições e atividades de monitoramento. A cada ano estas informações são aprimoradas, abrangendo mais locais e aumentando o número de indivíduos analisados, foram mais de 10 mil peixes neste estudo. Pela primeira vez, foram observadas a distribuição e abundância temporal de ovas e larvas de peixes na Bacia Alto Paraguai, informa a assessoria da SEMA.
Cada bacia é analisada separadamente por meses do ano e depois integradas para um melhor resultado. Foi realizada também uma análise detalhada sobre o período reprodutivo das espécies pacu, pintado e cachara pela relevância para a pesca e a importância econômica destes peixe. O estudo traz ainda traz uma separação entre peixes de escama, que desovam mais cedo e peixe de couro, nessa categoria entra especialmente o bagre, que desovam mais tarde, conforme foi observado durante monitoramento.
“Nosso banco de dados possui informações de 16 anos, uma escala temporal interessante para fazer esse tipo de estudo. Pelas análises podemos dizer, com confiança, que outubro, novembro e dezembro são os meses mais importantes para atividade reprodutiva considerando as três bacias do estado”, concluiu a professora Lucia durante sua apresentação.
O secretario Executivo de Meio Ambiente, Alex Marega, que presidiu a reunião, destacou a relevância de estudos técnicos feitos por pesquisadores. “A ciência pode nos ajudar a tomar decisões mais confiáveis. São 16 anos de dados coletados e monitoramento do comportamento reprodutivo dos peixes. Este estudo vem sendo aprimorado a cada ano e vai nos dando cada vez mais certeza de estarmos tomando a decisão correta”. Marega também citou a importância da publicidade, transparência e amplo debate da reunião.
A SEMA alerta que nas unidades de conservação da categoria de proteção integral, a atividade da pesca é proibida durante todo o ano, Mato Grosso abriga 68 áreas protegidos sob a jurisdição da União, do Estado ou do Município. Portanto, quem irá pescar no rio Paraguai ou Juruena, por exemplo, deve estar atento aos trechos dos rios que cortam as áreas de Unidades de Conservação. No caso do Juruena, há restrição no trecho que corta o Parque Nacional do Juruena e o Parque Estadual Igarapés do Juruena. Já para o rio Paraguai, o pescador deve estar atento às áreas do Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense e do Parque Estadual do Guirá. E se a intenção for pescar no rio das Mortes, fica proibida a prática da pesca no trecho do curso d’água que cruza o Refúgio da Vida Silvestre Quelônios do Araguaia.
A informação é da secretaria adjunta de Comunicação.