O laudo da reprodução simulada (ou reconstituição) do acidente envolvendo uma viatura da Polícia Militar que resultou na morte da jovem Natália Marina de Carli Canhos, 22 anos, em dezembro do ano passado, em Alta Floresta, poderá ser concluído em até 20 dias. “O prazo previsto em constituição é de 10 dias, mas nesse caso, principalmente, pediremos prorrogação de no mínimo 15 dias e no máximo 20. A ideia é entregar o mais rápido possível”, explicou, ao Só Notícias, o perito Fabiano Cardoso, que atua em Sinop e que acompanhou ou trabalhos realizados na última semana.
O documento, de acordo com o perito, deverá comparar os depoimentos prestados pelas testemunhas ao escrivão de Polícia Civil na época do fato com as informações repassadas durante a hora da reconstituição e outros laudos já existentes. Após concluído, será enviado à Polícia Civil de Alta Floresta que repassará para o Ministério Público, solicitante da reconstituição.
De acordo com Fabiano, o laudo deverá responder o questionamento do Ministério Público no que se refere sobre o posicionamento dos envolvidos no momento do fato. A reprodução simulada teve participação de pelo menos seis testemunhas do acidente. Duas delas estavam próximas da vítima na hora do fato. Os dois policiais envolvidos (Ricardo Alves da Silva e Renato Takeo Nishimuta) se apresentaram para as autoridades mas não participaram da reprodução, o que é previsto em lei.
A reconstituição foi realizada na quinta-feira (21) por dois peritos de Sinop (Fabiano e Edson Gomes do Santos) e com a equipe da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Alta Floresta, na avenida Ariosto da Riva, centro. Conforme Só Notícias informou, o acidente ocorreu na madrugada do dia 17 de dezembro, em frente a uma casa noturna.
A primeira versão apresentada foi que a jovem estava no acostamento, esperando para atravessar a via e, os policiais estariam seguindo para atender uma ocorrência quando teriam “rampado” um quebra-molas, perdendo a direção. A viatura atingiu a jovem, que acabou arremessada a cerca de 20 metros do local de impacto. Em seguida, a viatura colidiu na traseira de um GM Corsa, que estava estacionado em outro ponto da via.
O inquérito elaborado pela Polícia Civil foi encaminhado, em março, ao Ministério Público. A delegada Ana Paula Reveles indiciou o soldado PM Ricardo Alves da Silva por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Já o outro soldado foi arrolado como testemunha.
Um inquérito militar também foi instaurado.