O perito criminal da Politec de Sorriso, Nilton Adalberto, falou sobre a análise preliminar do local onde foi encontrado morto, Dinalto Machado Lopes, de 53 anos, ontem, em uma fazenda cerca de 42 quilômetros de Tapurah. Conforme o perito, serão necessários exames para confirmar um possível ataque de onça a vítima, que foi encontrada morta com lesões no rosto e com uma das mãos arrancadas.
“Ainda precisamos analisar vários vestígios, principalmente as lesões e causa da morte da vítima para a gente poder apontar alguma dinâmica ou até conseguir um diagnóstico diferenciado para essa situação. Foram os primeiros levantamentos de informações que precisam ser analisados em conjuntos com outros exames feitos aqui na base. O foco é esse de responder com segurança, dar essa resposta a família e a sociedade, se de fato foi um acidente com animal ou se houve uma ação criminosa. A partir desses estudos conseguir dar essa resposta”, explicou.
Segundo Nilton, até a chegada das equipes o local também teria sofrido alterações. “Quando chegamos no local, a equipe do hospital de Tapurah tinha removido o corpo do local, mesmo assim fizemos a perícia na região onde supostamente teria acontecido esse ataque. Constatamos manchas de sangue humano, marcas de arraste que seguia por uma trilha, que passava por baixo de uma cerca e seguia até o interior de uma mata onde informaram que o cadáver estava. Nessa trilha, onde tinha essa marca de arrasto, foram feitos testes de sangue humano e constatou-se de fato nessa trilha em todos os locais testados era sangue humano mesmo. É convergente esse local onde a vítima foi arrastada”, detalhou.
“Foi um trabalho bem minucioso, em função do local até ter sido já parcialmente desfeito, acredito que foi na melhor das intenções para prestar socorro a vítima, porém atrapalhou um pouco nosso trabalho. Por ser uma região distante, até a polícia chegar, muito populares acabaram circulando pelo local. Isso dificulta muito, porque precisamos analisar todos os vestígios e conseguir separar o que é do fato e o que aconteceu depois, foram 3 horas de trabalho no local”, acrescentou.
O perito também respondeu se foi encontrada pegadas do suposto animal. “O local estava um quanto prejudicado em virtude da circulação dessas pessoas, também é uma região de pastagem, bastante vegetação e então dificultou bastante essa identificação de pegadas, por ser próximo do mato tem pegadas de animais, mas não encontramos nenhuma pegada que pode relacionar seguramente com o fato, mas isso não quer dizer que estamos descartando que tenha sido um ataque de um animal, só estou relatando que seguramente eu não consigo dizer ou apresentar qualquer pegada que a gente relacione seguramente com o fato”, concluiu.
A técnica de necropsia, Simone Edna, também detalhou sobre os ferimentos encontrados na vítima. “Lesões corto contusas na região da face e região do crânio. Alguns ferimentos na região do antebraço. A princípio a gente trata como uma lesão de defesa, mas isso tem que ser verificado com mais aprofundamento aqui no Instituto Médico Legal. Tem em outras regiões também, na região das costas, na região do tórax, tem uma perfuração, mas aí pode ser a mordida da onça. Como eu disse anteriormente, tudo isso vai ser verificado numa análise mais profunda aqui no IML”, destacou.
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