Um artigo científico desenvolvido pelo perito criminal da Politec, Leonardo Baird Kasakoff, analisou amostras de cocaína apreendidas no tráfico local em ruas de diversos estados para determinar características de consumo e o perfil químico das amostras. O artigo foi desenvolvido em conjunto com peritos criminais federais e dos estados da Bahia, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal.
O estudo analisou a percentagem de substâncias ilícitas e controladas, utilizadas como insumos para mistura e refino, que podem causar sérios riscos à saúde. O trabalho foi publicado na revista científica Journal of the Brazilian Chemical Society (JBCS), da Sociedade Brasileira de Química, e utilizado na sua dissertação de mestrado na Universidade Federal do Acre (UFAC). As informações preliminares também foram apresentadas no XXII Congresso de Criminalística, no início do mês.
Foram analisadas 642 amostras de cocaína apreendidas em cinco estados brasileiros diferentes entre 2011 e 2014. As análises focaram em determinar o percentual de cocaína nas amostras, bem como seus principais adulterantes, além do grau de oxidação e formas de apresentação da droga (pasta base, cocaína base, cloridrato de cocaína).
De acordo com o perito, os dados levantados durante a pesquisa poderão contribuir para o desenvolvimento de ações nas áreas de saúde e segurança. “Pois se determina quais substâncias químicas estão sendo usadas pelos dependentes químicos além da própria cocaína, e a partir do monitoramento da venda destas substâncias controladas pode se determinar grupos criminosos que atuam no tráfico de drogas fornecendo os insumos para mistura e refino”.
Conforme o perito, a próxima fase dos estudos será a análise das amostras recebidas pela Gerência de Criminalística de Primavera do Leste e região, onde está lotado.