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Período proibitivo para queimadas é prorrogado em Mato Grosso

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A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informa será prorrogado para 30 de setembro o período proibitivo para as queimadas em Mato Grosso, devido as condições climáticas. A proibição, que se iniciou no dia 15 de julho e terminaria no dia 15 deste mês, ainda pode ser ampliada até outubro conforme monitoramento dos focos de calor e riscos de incêndios florestais. Um novo decreto será publicado no início da próxima semana mantendo a criminalização do uso do fogo para limpeza e manejo do solo nas áreas rurais. Em áreas urbanas o uso do fogo é crime o ano inteiro. 

Apesar da proibição, os focos de calor aumentaram em todo estado nesses 49 dias, alcançando 14.074 mil até a quarta-feira (09.09), sendo 8.410 focos entre 15 de julho e 09 de setembro, o que representa um acréscimo de 40,2% (ou 5.664 focos) em relação ao restante do ano. Os 10 municípios no topo do ranking de queimadas durante esse período são: Colniza (857), São Félix do Araguaia (352), Comodoro (327), Santa Terezinha (277), Cotriguaçu (270), Alto da Boa Vista (259), Gaúcha do Norte (252), Apiacás (249), Nova Bandeirantes (253) e Juara (217). Em alguns deles, como na região de São Félix, a estiagem superou 100 dias e potencializou o surgimento das queimadas. 

Para a secretária de Estado de Meio Ambiente, Ana Luiza Peterlini, é importante reforçar que o Comitê do Fogo atua de forma rápida e pontual para combater os incêndios florestais, principalmente aqueles que afetam as unidades de conservação, que em sua maioria são ocasionados por ações humanas e criminosas. “A própria população ainda não despertou a consciência para os prejuízos que o fogo provoca não só ao meio ambiente, já que a fumaça afeta diretamente a nossa saúde, trazendo doenças e gerando um custo muito alto para os cofres públicos para tratar das pessoas que adoecem e também apagar os incêndios.” 

O trabalho de combate às queimadas e aos incêndios florestais conta atualmente com cerca de 190 homens do Corpo de Bombeiros e 40 brigadistas, em 29 municípios de Mato Grosso. Além do efetivo treinado para estas demandas nas 18 unidades da corporação, outras oito frentes de trabalho estão em andamento a partir de brigadas mistas descentralizadas móveis do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) em parceria com seis prefeituras: Cláudia, Sinop, Campo Novo dos Parecis, Sapezal, Novo Santo Antônio e Cuiabá. 

Conforme o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do BEA, em razão da ocorrência de chuva na maioria das regiões, neste momento nenhuma das unidades de conservação estadual, municipal ou federal está queimando ou em estado de alerta. Uma das principais missões desta semana era conter o fogo que atingiu cerca de 5% dos 30 mil hectares do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (a 60 km da capital), o que equivale a 1,6 mil hectares, outros 6% da Área de Proteção Ambiental (APA) estadual de Chapada dos Guimarães, que tem 251 mil hectares; e 9,6 mil hectares de terras particulares; totalizando 11 mil hectares nesta área em Chapada. 

“Felizmente a natureza colaborou e com a chuva desta noite conseguimos controlar novamente o fogo e extingui-lo. Caso continue chovendo, a situação tende a ficar mais tranquila, não justificando a ampliação do período proibitivo até outubro. Mas vamos continuar com o monitoramento em todas as regiões até o fim deste mês”, explicou Barroso. 

Chapada dos Guimarães 

Em Chapada dos Guimarães, cerca de 100 homens, entre bombeiros e brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) se revezaram desde a última terça-feira (01.09) para evitar que o fogo se alastrasse. Uma aeronave do Estado, um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e sete viaturas ARF (Auto Rápido Florestal) dos bombeiros ficaram uma semana neste trabalho que foi dificultado pelos fortes ventos e nenhuma incidência de chuva até o domingo (06.09) naquela região. 

“O maior problema era a dificuldade de acesso, já que era no morro, onde era possível despejar água apenas com as equipes aéreas”, relatou Barroso. Diariamente, foram utilizados pelo menos 45 mil litros de água, o que totalizou 315 mil litros em sete dias. Os bombeiros e brigadistas trabalharam inclusive no período noturno, momento em que a ausência de sol facilitava o trabalho próximo às chamas. 

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