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Período proibitivo começa hoje e Mato Grosso já registra alta de 36%

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Apesar de estarmos apenas no início do período de seca, considerado crítico pela ausência de chuvas e baixa umidade do ar, Mato Grosso já registra os maiores índices de focos de calor do Brasil, totalizando 7.865 ocorrências de primeiro de janeiro até hoje, 15, mais que o dobro do segundo colocado, o estado de Tocantins, com 3.764 focos detectados. O total é 36,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando Mato Grosso contabilizou 5.746 focos de calor. Os dados são do satélite referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No ranking estadual, 23 municípios já registram mais de 100 focos de calor, sendo a situação mais crítica nos municípios de Nova Maringá, com 397 focos, e Nova Ubiratã, com 329 registros. Na sequência, aparecem São Félix do Araguaia (289), Paranatinga e Gaúcha do Norte, ambos com 287 focos de calor registrados. Em uma análise comparativa com o ano passado, é possível perceber que os mesmos municípios aparecem liderando os focos de calor. Ou seja, a situação se repete.

Em Mato Grosso, o fogo ainda é usado em áreas rurais para a chamada ‘limpeza’, quando a floresta já degradada é queimada para ser substituída por cultivo agrícola ou atividade pecuária. De acordo com boletim do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), do Corpo de Bombeiros, responsável pelo monitoramento e ações de combate em Mato Grosso, mais de 80% dos focos foram registrados em áreas privadas, cerca de 11% em Terras Indígenas e pouco mais de 4% em Assentamentos Rurais. Os dados se referem ao período de primeiro de janeiro a 13 de julho deste ano. Os números contradizem o discurso do setor agropecuário local que, em quase a sua totalidade, defende que o fogo não é mais utilizado para abertura ou limpeza de áreas e as ocorrências são provocadas por outros fatores.

Segundo o major do Corpo de Bombeiros, Jean Carlos Arruda de Oliveira, chefe da seção de operações do BEA, a prioridade é atender as áreas públicas, principalmente as ocorrências em Unidades de Conservação. “Não é papel do Estado utilizar recursos públicos para resolver problemas em áreas privadas. Ainda assim, somos acionados e atuamos em situações de emergência. O que precisa ficar claro é que as queimadas são provocadas pela ação do homem de forma intencional”, disse o major durante evento sobre queimadas destinado a jornalistas, realizado nesta quinta-feira, em Cuiabá, numa parceria do Instituto Centro de Vida (ICV) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). Ele também revelou que, neste ano, a fiscalização em campo será reforçada, através de duas equipes de perícias. O objetivo, segundo Oliveira, é aumentar a responsabilização pelos incêndios florestais, que em grande parte é de origem criminosa e intencional. Segundo a Sema, no ano passado, das 46 Unidades de Conservação Estadual, 15 queimaram.

As queimadas estão proibidas em todo Mato Grosso entre 15 de julho e 15 de setembro, período que pode ser prorrogado, conforme o Decreto nº 638, publicado no Diário Oficial do governo do estado nesta semana. Durante este período, a Secretaria de Estado de Meio ambiente (Sema-MT) não emite autorizações para queimadas e a prática é considerada crime, com pena que varia de pagamento de multa até prisão. Importante ressaltar que fora deste período é necessário retirar uma autorização do órgão ambiental para queima controlada em áreas rurais e que, nas áreas urbanas, as queimadas são proibidas durante o ano inteiro.

Para tentar dar uma reposta mais efetiva ao grande número de queimadas e incêndios florestais em Mato Grosso, o governo estadual lançou, nesta semana, um plano que prevê R$ 1,3 milhão em investimentos para atendimento prioritário da capital e municípios do interior durante o período proibitivo. O total pode chegar a R$ 4 milhões, se levada em consideração uma proposta de atendimento em parceria com os municípios mais populosos e considerados críticos pela alta incidência de focos de calor: Feliz Natal, Sinop, Cláudia, Ipiranga do Norte, Vera, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Aripuanã, Comodoro e Porto Esperidião.

Como nesta época do ano não chove no estado, as condições climáticas, como baixa umidade do ar e maior acúmulo de material seco, favorecem as queimadas sem controle, que ocasionam enormes prejuízos ambientais, econômicos e, principalmente, problemas de saúde.

A informação é da assessoria do Instituto Centro de Vida (ICV).

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