O perito criminal da Perícia Oficial e Identificação Técnica, Rodrigo Bertoti Casonatto, detalhou, em primeira mão ao Só Notícias, que após as análises foi possível excluir completamente a possibilidade de falha mecânica na Volvo FH 440, que se envolveu em acidente com outra carreta (marca e modelo não confirmados), na BR-163, divisa entre Terra Nova do Norte e Nova Santa Helena (cerca de 150 quilômetros de Sinop). A colisão foi na sexta-feira.
Com o violento impacto, Roberto Antônio Chagas, de 70 anos, ficou preso às ferragens, o Corpo de Bombeiros de Colíder fez o desencarceramento, mas não resistiu e morreu. Seu corpo foi transladado para o município de Cássia, em Minas Gerais, e o sepultamento foi no último final de semana.
“Também não teve fator operacional, ou de carga, só as possibilidades de condução, da via, e também ambiental, já que estava chovendo. A questão do freio, realmente não tem qualquer ligação, os freios estavam perfeitos, suspensão boa, e pneus também”, disse o perito.
Além de Roberto, sua mulher também seguia no veículo. Ela teve ferimentos leves e foi encaminhado ao hospital de Colíder. Na Volvo, o motorista saiu ileso, enquanto sua mulher teve escoriações leves e foi levada à unidade médica. Segundo o perito, preliminarmente verificou-se que todos os envolvidos estavam sem cinto de segurança.
“A gente faz a retenção (do veículo) para exames posteriores. Como foram realizados estamos devolvendo para a Polícia Civil e Rodoviária Federal. Agora eles dão o andamento para a liberação. A parte da perícia está feita”, completou Casonatto.
Conforme Só Notícias já informou, o perito já havia explicado que o condutor da Volvo (formada por um caminhão trator, dois semirreboques e uma dolly), seguia no sentido Terra Nova-Santa Helena. “Ali na serrinha, duas curvas antes, começa ter uma rampa bem íngreme, em torno de 6 a 10% de inclinação, e declive. Esse fator ainda atrelado com a pista molhada. Além disso, o veículo estava com os dois semirreboques vazios”, explicou.
Neste trecho da rodovia, há três faixas, sendo uma decrescente em declive e duas no sentido crescente (Norte) em aclive (com subida). “Analisamos que ele entrou na descida em torno de 85 a 90 quilômetros por hora e fez um L, por isso que a gente também apreendeu (o veículo), vamos avaliar o sistema de freio, não sabemos se estava tudo certo ou não”.
O veículo seguiu em L por 265 metros. “Invadiu a faixa oposta. Nisso o outro veículo (que é combinação de caminhão trator e dois semirreboques, sem dolly e carregado com soja) estava na faixa rápida, da esquerda, e tentou tirar para a direita, para a faixa lenta, mas acabou batendo o caminhão trator no primeiro semirreboque da Volvo, na parte final, junto com a dolly. Pegou bem em cheio a parte do motorista”, acrescentou.