A juíza da 2ª Vara Criminal, Débora Roberta Pain Caldas, condenou o pedreiro Adilson Lora, a 22 anos de prisão, em regime fechado, pelo latrocínio do aposentado José Almindo Manica, 77 anos, ocorrido em agosto do ano passado. O idoso foi espancado com um capacete, em uma residência na rua dos Manjoleiros, no bairro Jardim Imperial, e morreu três dias depois no Hospital Regional de Sinop. Após cometer o crime, Adilson, de 32 anos, ainda roubou da carteira da vítima R$ 70, em dinheiro, um celular e um cartão bancário.
O crime não foi presenciado por nenhuma testemunha. No entanto, no tribunal, uma vizinha relatou que ouviu José discutindo com o acusado sobre uma questão financeira. Segundo ela, Adilson cobrava dinheiro de José, que negava ter qualquer quantia. Ela contou também que, em seguida, ouviu o barulho de “algo” caindo no chão, mas disse que não prestou mais atenção à discussão e que, somente posteriormente, ficou sabendo da morte do aposentado.
O filho de José, que o visitou no dia do crime, também prestou depoimento e esclareceu que o pedreiro havia sido contratado para construir um muro na residência do pai. Segundo ele, o aposentado pagou pelo serviço, mas reclamou que uma quantia em dinheiro havia desaparecido e que possivelmente teria sido furtada por Adilson. Horas mais tarde, um parente o comunicou que havia encontrado o idoso gravemente ferido na casa.
O parente, outro que também foi ouvido, ainda revelou à juíza que conversou com José, antes dele ser internado. Segundo ele, o idoso afirmou que havia sido espancado por Adílson, que teria ido até sua residência com a intenção de roubá-lo. Ele afirmou que o responsável por construir o muro roubou dinheiro e outros objetos, conforme próprio relato do aposentado.
Em sua versão, Adilson negou o crime. “Eu realmente prestei um serviço para a vítima com relação ao seu muro, mas fui pago à vista e com o dinheiro que recebi, R$ 250, comprei a passagem para Campinas (SP), para onde mudei a trabalho. Toda minha família mora no Mato Grosso do Sul”, relatou em depoimento.
A juíza, no entanto, destacou que não “pairam dúvidas” de que ele foi o responsável pelo latrocínio de José. “Não obstante a negativa de autoria por parte do acusado, o qual sequer declarou algum motivo para estar sendo denunciado e não apresentou álibi, sendo suas palavras isoladas, as provas trazidas aos autos pelo Ministério Público, apontam a autoria de forma absoluta ao acusado”.
Adilson foi preso em outubro, após uma abordagem policial em Campinas (SP). Ele continua preso em um presídio paulista, onde cumprirá a pena. No entanto, ainda pode recorrer da sentença. José morreu de traumatismo craniano no Hospital Regional e foi sepultado em Sinop.