O pediatra Mohamad Kassem Omais, de Cuiabá, está preso desde o dia 15 de fevereiro na Delegacia de Segurança Geral, em Beirute, no Líbano, acusado de terrorismo. A informação foi confirmada pelo Itamarati, em Brasília. O cônsul do Brasil na cidade, Micheal Geep, tenta contato com o preso brasileiro desde o dia 18, mas não teve acesso a ele. Mohamad foi preso assim que desembarcou de um vôo proveniente de Paris, ao aeroporto internacional Hafic Hariri. Omais possui um consultório na Clínica Femina, em Cuiabá. Ali Kassen Omais, irmão de Mohamad, disse que ele pode ser solto ainda hoje
Segundo a família do médico, ele foi confundido com um homônimo cujo nome consta de uma lista de terroristas procurados. O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, Aguiar Farina, tomou conhecimento da prisão do colega pela imprensa e disse ter ficado extremamente “surpreso” com a notícia. Ele não quis tecer mais comentários sobre o caso. Limitou-se a dizer que não havia conseguido contato com a família dele.
Mohamad viajava com a esposa, a pediatra Gisele do Couto Oliveira. Os dois foram buscar os filhos que passavam as férias na casa dos avós paternos, no Vale do Bekka, região leste do país. Ao desembarcar em Beirute, o casal foi abordado por policiais da imigração. Gisele foi avisada que Mohamad teria que responder a algumas perguntas, e que ela deveria ir embora porque o interrogatório iria demorar. Desde então ela não o viu mais.
“Ficamos sabendo da prisão no sábado No mesmo dia, eu procurei entrar em contato com a embaixada brasileira no Líbano para saber o que estava acontecendo. Como era sábado, ela estava fechada. Meus pais esperaram até a segunda-feira, para comunicar o que tinha ocorrido”, segundo o irmão de Mohamad, o também médico Ali Kassen Omais.
Ali acredita que Mohamad teria sido confundido com uma pessoa que tem o mesmo nome, mas que vive no Sul do Líbano. “Até os nomes dos pais são idênticos”.
Nota do CRMMT
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso (CRM-MT), Aguiar Farina, esclarece que sua declaração ao jornal A Gazeta, foi reproduzida de forma “inverídica”. Em entrevista, sua afirmação foi de que “estava surpreso com a notícia da prisão do médico”. O CRM-MT, representado pelo seu presidente, e a classe médica do Estado se solidarizam com a família do médico Mohamed Kassem Omais, cidadão brasileiro, nascido em Cuiabá e profissional devidamente inscrito neste Conselho há 14 anos.
(Atualizada às 11:41hs)