Para o secretário Paulo Lessa, Beatriz Árias tenta se vingar ao prestar um depoimento para envolvê-lo em um esquema de produção ilegal de provas para livrar o empresário Josino Guimarães do júri popular, pelo mando do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral.
Ele acredita que ela pode ter ficado se sentido prejudicada com o processo administrativo para expulsá-la do serviço público, destacando que o procedimento só foi instaurado por um erro da Justiça Federal que não incluiu a exclusão como pena acessória. Novamente, Lessa comentou que Beatriz não tem moral para citá-lo num processo por ser uma pessoa que vem do mundo do crime, com ampla ficha criminal. "É impressionante como ela transita tranquilamente por aí".
Questionado se chegou a ser citado por Leopoldino, que fez várias denúncias contra o Judiciário mato-grossense, ele respondeu que todos os magistrados foram apontados. E contra ele constava a acusação de ter auxiliado assessores a passarem em cargos para juízes. O secretário destaca que teve inúmeros assessores e vários deles ocupam cargos importantes, como procuradores e juízes, por mérito próprio e competência.
Fraude – Os personagens do caso Leopoldino voltaram à tona depois que o delegado Márcio Pieroni iniciou uma investigação para provar que o juiz estava vivo e morando na Bolívia. Situação que resultou em nova exumação do corpo, que foi devolvido ao cemitério de Poconé, a mando da Justiça Federal, poucas horas depois de ser retirado da cova.
Para o MPF, a investigação foi armada para tentar inocentar Josino. O delegado e o empresário terminaram presos no último dia 9, pela Polícia Federal, acusados de 7 crimes. Outras 3 pessoas também foram denunciadas.
Josino está preso em Rondonópolis e Pieroni no Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. Os defensores dos acusados estão em Brasília, onde tentam a liberdade dos clientes. Josino já teve um pedido negado pelo Tribunal Regional Federal.