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Parte dos funcionários do Hospital Regional de Sinop anuncia paralisação por causa de salários e vale alimentação atrasados

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A decisão foi tomada, há pouco, em reunião entre os funcionários da unidade hospitalar. De acordo com a coordenadora de enfermagem, Rafaela Borges Moreira, os colaboradores enviaram ofício a gerência informando da necessidade de uma paralisação. Eles cobram pagamentos de dois meses de salários e quase um ano de vale alimentação atrasados. “Fomos informados, hoje, da vontade de paralisação dos servidores. Fizemos a reunião e todos manifestaram o mesmo desejo. Agora, vamos informar o sindicato de enfermagem sobre a decisão. Eles devem nos posicionar no máximo até sexta-feira e informar como devemos montar nosso cronograma para fazermos tudo dentro da lei. Provavelmente à tarde, já devemos estar paralisados”, disse.

“Iremos montar uma escala de revezamento. Alguns servidores irão se manifestar na frente da unidade e o restante ficará no trabalho interno, funcionado 30% como determina a lei. O hospital no momento está com 506 colaboradores e diante da situação é vontade de todos a paralisação”, acrescentou a coordenadora.

Rafaela destacou que boa parte dos atendimentos não está sendo realizada por falta de materiais e não por falta de colaboradores. “Todos os funcionários estão na unidade para realizar seus trabalhos, mas não há possibilidade de atender o paciente quando falta tudo para realizar o procedimento. Isso nos entristece profundamente porque fizemos um juramento de salvar vida quando nos formamos e quando isso não acontece por falta de materiais é preocupante. Esperamos contar com a ajuda da população em nossa causa”, concluiu.

Esta tarde, a prefeita de Sinop, Rosana Martinelli (PP), vereadores e representantes da União das Entidades (Unesin) procuram o Ministério Público para cobrar providências no Hospital Regional. “Nós vamos pedir uma ação contra o governo do Estado. É uma união de forças em defesa da população. Não tem mais como sustentar essa situação em que se encontra a saúde pública do município. Posteriormente, a proposta é que se o governo não resolver até quarta-feira, vamos mobilizar todas as câmaras da região para acampar no Palácio Paiaguás”, declarou presidente da câmara, Ademir Bortoli.

Conforme Só Notícias já informou, o Hospital Regional de Sinop suspendeu parte de suas atividades no dia 7 de setembro. Com isso, alguns casos emergenciais de pacientes foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). De acordo com a prefeitura, a administração do hospital informou que tem operado apenas 35% de sua capacidade, sendo que dos 148 leitos apenas 53 estão ocupados por pacientes. O pronto atendimento e a Unidade de Terapia Intensiva pediátrica estão fechados e, desde semana passada, não estaria mais recebendo pacientes encaminhados pelo Corpo de Bombeiros. Na UTI adulto, dos dez leitos, dois estão vagos, também pela impossibilidade de receber pacientes devido à falta de medicamento.

Semana passada, houve passeata de funcionários que estão com salários atrasados. Eles andaram em 3 avenidas no centro levando cartazes cobrando solução para o problema, fazendo críticas e pedindo desculpas pela situação atual: "A saúde é um direito não esmola”, “pedimos desculpas aos pacientes", "população, não somos mercenários mas precisamos do nosso salário”, “do jeito que está não da mais”.

Outro lado
Em nota encaminhada, na quarta-feira passada, a secretaria estadual de Saúde informou que, "os pagamentos referentes a 2017 estão pagos até o mês de julho, restando pendente apenas o mês de agosto" para a "Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, que administra o Hospital Regional de Sinop".  "Os valores repassados são para o pagamento de despesas do hospital, incluindo salários. A respeito dos valores apontados, que seriam de diferenças nos repasses de fevereiro de 2016 a julho de 2017, a secretaria informa que está em andamento uma auditoria feita por um grupo de trabalho nomeado em portaria para analisar as prestações de contas contábil e financeira apresentadas pela fundação. Após a conclusão dos trabalhos, no prazo determinado, a secretaria se posicionará sobre a demanda"

"Quanto ao atendimento no hospital, no último dia 11 de setembro, a secretaria Estadual de Saúde, por meio de um ofício, notificou a direção do Hospital Regional de Sinop que devem ser mantidos os serviços de urgência e emergência, conforme resolução do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os casos mais graves devem ser atendidos no Hospital Regional de Sinop e, nos casos eletivos", "os pacientes devem passar pela Regulação do município de Sinop para serem encaminhados aos hospitais regionais de Sorriso ou Colíder. Sobre o atendimento ambulatorial, assim que as atividades estiverem regularizadas no hospital o atendimento voltará ao normal. A secretaria informa ainda que o Escritório Regional de Saúde de Sinop está acompanhando e fazendo relatórios diários sobre a situação do regional", conclui a secretaria estadual.

(Atualizada às 16h24)

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