Dezenas de parentes e amigos de vítimas assassinadas em Sinop, protestaram, ontem à noite, em Sinop. O objetivo foi chamar a atenção dos moradores e do poder público para mais de 120 homicídios, em menos de 18 meses. “O protesto foi organizado pela família do Rafael Soares, assassinado no dia 7, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Cobramos mais segurança pública, por meio de medidas como aumento de efetivo policial e endurecimento das penas para os criminosos. A intenção é não deixar a sociedade esquecer estes crimes”, afirmou, ao Só Notícias, o jornalista e publicitário, Leonildo Severo, pai do acadêmico de Medicina, Eric Severo, morto por latrocidas, em dezembro do ano passado.
Empunhando faixas com os nomes de algumas vítimas e cobrando também redução da maioridade penal, os manifestantes iniciaram o trajeto na praça da Biblía, seguiram pela avenida Júlio Campos e encerraram o protesto na praça da Catedral. Durante o caminho, os familiares de Eric aproveitaram para conversar com moradores e pedir assinaturas para o abaixo-assinado que cobra penas mais duras para latrocidas. “Até agora, a gente contabilizou 12 mil assinaturas em Sinop. Precisamos mais, principalmente no nosso município, senão os deputados e senadores vão entender que a sociedade não quer mudanças”, alertou.
No mês passado, vários diretores de entidades, associações, universidades, autoridades políticas e outros representantes da sociedade entregaram um ofício ao secretário estadual, Mauro Zaque, cobrando a solução de problemas envolvendo a segurança pública. O principal pedido foi um efetivo com mais de cem policiais militares somente para Sinop, ainda este ano (atualmente o efetivo é de 77 PMs). Apesar disso, para frustração de todos, Zaque afirmou ser impossível cumprir o pedido. “Estes policiais foram aprovados em concurso. Havia um edital, que previa 120 policiais para o polo de Sinop. Portanto, conforme este edital, 60 militares serão enviados até o início de agosto”.
Com esta distribuição, Sinop terá apenas 27 policiais a mais. Apesar disso, o governo estadual começou a distribuição de 100 viaturas para o Estado, este mês. A aquisição de outros 200 veículos estaria ainda em processo de licitação. Estão previstas também as compras de 650 pistolas .40, 250 fuzis e 2,9 mil coletes a prova de balas para equipar as forças de segurança. Por fim, o secretário se comprometeu a convocar outros 600 policiais militares e 450 civis até janeiro.