O governo federal destinará 500 homens para fiscalizar, a partir do próximo dia 15, fazendas em Mato Grosso e outros Estados para identificar os que desmataram ilegalmente para criar gado. Fiscais do Ibama e policiais fiscalizarão as áreas onde o INPE apontou, ontem, aumento nos demates. O governo aponta a atividade pecuária e a expansão da safra agrícola como fatores que causaram aumento nas derrubadas de matas. “Vamos começar a apreender gado, o boi pirata, o que não foi feito ainda. Faremos isso em área ilegal, que não está regularizada do ponto de vista ambiental ou fundiário”, explicou Minc. Mato Grosso é campeão brasileiro em produção de soja e gado.
O ministro também avaliou que os indícios de aumento do desmatamento na Amazônia, identificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (Inpe), se devem em parte ao fato de medidas de combate anunciadas anteriormente pelo governo ainda não terem surtido efeito. Um exemplo é o embargo de áreas em 36 municípios prioritários, que começou a ser feito apenas em maio, enquanto os dados mais recentes do Inpe são de abril.
O governador Blairo Maggi disse, ontem à noite, que espera a conclusão do levantamento anual sobre desmates. “Estes números que o INPE divulgou são indícios e, tenho certeza, que se comparado os dados de agosto a agosto Mato Grosso não será campeão em desmates”, afirmou.
O ministro reconheceu que Mato Grosso reduziu o volume de desmatamentos de 2003 para 2007 e agendou para este mês uma visita ao Estado para tratar das medidas para conter desmates ilegais.
Minc lembrou que partir de 1º de julho estará proibida a concessão de financiamento agrícola para quem não cumpre critérios ambientais, conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN). Produtores que desmataram além do permitido terão acesso a crédito, a juros de 4% ao ano, para recomporem a floresta.
“Não basta dizer para o sujeito: legalize, ponha a estrutura em dia e faça a reserva legal, sem dar os instrumentos para isso”, afirmou Minc, ao ressaltar também a necessidade de ampliar os esforços para regularização fundiária, definida por ele como “calcanhar de aquiles” da Amazônia.
O Ibama também fará o monitoramento das cadeias produtivas, notificando siderúrgicas, frigoríficos, madeireiras e agropecuárias que terão de entregar ao Ibama uma relação com todos os seus fornecedores, informa Agência Brasil. “Hoje os grandes compram de pequenos na ilegalidade e lavam as mãos em águas poluídas. A partir de agora, também vão ter que ser fiscais”, ressaltou Minc
(Atualizada às 11:02hs)
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