O papa Francisco, que faleceu esta manhã, aos 88 anos, na Casa Santa Marta, teve “derrame cerebral, coma e parada cardiorrespiratória irreversível. Essas foram as causas da morte, confirmou, esta tarde, o Vaticano. Ele estava em seu apartamento quando faleceu. A constatação da morte foi realizada por meio de registro eletrocardiotanatográfico.
Quem atesta é o professor Andrea Arcangeli, diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, na declaração de óbito publicada à noite pela Sala de Imprensa da Santa Sé. O documento médico afirma que o Papa apresentava histórico de insuficiência respiratória aguda por pneumonia bilateral multimicrobiana, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo II.
“Declaro – escreve Arcangeli – que as causas da morte, segundo minha ciência e consciência, são as acima indicadas”. O papa ficou 37 dias hospitalizado com pneumonia severa e teve alta com recomendação de repouso. Na quinta-feira santa ele foi a uma prisão, em Roma, onde houve rito do lava-pés, na semana teve outras aparições públicas pelo Vaticano, teve audiência com vice-presidente dos Estados Unidos e, ontem, na Páscoa, fez sua última aparição pública com a mensagem “Urbi et orbi” (para a cidade de Roma e para o mundo) noo balcão central da Basílica Vaticana. O Pontífice acenou para os milhares de fiéis na Praça São Pedro e desejou a todos “Feliz Páscoa”.
O Vatican News informa que o trasladação do “corpo do Santo Padre para a Basílica Vaticana, para a homenagem de todos os fiéis, poderá ocorrer na manhã de quarta-feira (23) segundo as modalidades que serão definidas e comunicadas amanhã, após a primeira Congregação dos Cardeais.
Argentino, Francisco foi o 1º Jesuíta a ser eleito papa e seu pontificado durou 12 anos. Foi o primeiro Papa originário da América Latina, primeiro a escolher o nome Francisco sem um numeral, primeiro a ser eleito com seu antecessor ainda vivo, primeiro a residir fora do Palácio Apostólico, primeiro a visitar terras nunca antes tocadas por um pontífice – do Iraque à Córsega -, primeiro a assinar uma Declaração de Fraternidade com uma das autoridades islâmicas mais importantes. Também foi o primeiro Papa a se equipar com um Conselho de Cardeais para governar a Igreja, a atribuir funções de responsabilidade a mulheres e leigos na Cúria, a lançar um Sínodo que envolvia diretamente o povo de Deus, a abolir o segredo pontifício para casos de abuso sexual e a remover a pena de morte do Catecismo. O primeiro também, a liderar a Igreja enquanto no mundo não há “a” guerra, mas muitas guerras, pequenas e grandes, travadas “em pedaços” nos diferentes continentes. Uma guerra que “é sempre uma derrota”, como repetiu nos mais de 300 apelos, mesmo quando sua voz falhava, e que ocuparam todos os últimos pronunciamentos públicos desde o início da violência na Ucrânia e no Oriente Médio.
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