Em uma mensagem pré-Natal, o pontífice pediu uma reforma do órgão administrativo da Igreja Católica e listou cinco "doenças" das quais a Cúria estaria sofrendo e para as quais ele gostaria de ver uma cura no próximo ano – entre eles o "terrorismo da fofoca" e um "Alzheimer espiritual". "O papa Francisco está claramente enfrentando oposição entre os quase 3 mil membros da Cúria", analisa o correspondente da BBC em Roma, David Willey.
"Até ser eleito papa, no ano passado, ele nunca havia trabalhado em Roma – e como uma figura de fora do Vaticano – está frustrado com a lentidão e as dificuldades da sua burocracia."
Willey explica que o papa está tentando fazer reformas com a ajuda de um novo grupo de cardeais que recrutou em diversos continentes para elaborar uma nova constituição para o Vaticano.
Mas antes de sua eleição, em março de 2013, o pontífice já enfrentava oposição interna para alguns de seus projetos nessa área.
Uma vez eleito, o papa Francisco criou organismos especializados para combater a corrupção e a má gestão no Vaticano.
Também tomou uma série de medidas para recuperar o Banco do Vaticano, atingido por uma sucessão de escândalos.
Segundo o discurso do papa nessa segunda-feira, "alguns clérigos sedentos de poder não têm escrúpulos para manchar a sangue-frio a reputação de colegas e irmãos." Outros "olham obsessivamente para sua própria imagem".
O pontífice comparou o desempenho dos funcionários do Vaticano ao de uma orquestra tocando "fora de sintonia", sem colaboração nem espírito de equipe. E defendeu que a elite da igreja busque fiéis pobres e vulneráveis.