O Pantanal, bioma que ocupa 35% do território mato-grossense e tem a menor superfície de água no país, 366 mil hectares (2% do total), foi o que mais perdeu superfície de água em relação à média histórica: 61%, no ano passado. Os dados divulgados, há poucos dias, são do MapBiomas, rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas para preservação ambiental.
Ano passado, o Pantanal ficou abaixo da série histórica do MapBiomas, iniciada em 1985, durante todos os 12 meses. O instituto aponta como causas a dinâmica de ocupação e uso da terra no Brasil, junto com eventos climáticos extremos, causada pelo aquecimento global. Desde a última cheia em 2018, o bioma tem enfrentado o aumento de períodos de seca e, em 2024, a seca extrema aumentou a incidência e propagação de incêndios.
O estudo revelou que o ano passado manteve a tendência de redução da superfície de água já registrada em 2023 e em anos anteriores. Os 17,9 milhões de hectares do território brasileiro cobertos por água em 2024 são 2% menores que os 18,3 milhões, computados em 2023, e ficam 4% abaixo da média da série histórica. A tendência de queda pode ser observada desde 2009. Desde então, apenas um ano – 2022 – registrou aumento da superfície de água e oito dos 10 anos mais secos de toda a série ocorreram na última década.
A Amazônia, que ocupa de 51 a 53% do território do Estado, também sofreu uma seca extrema no ano passado, que levou a uma queda de 3,6% em relação à extensão média de água no bioma. Em 2024, apresentou sete meses abaixo da média histórica, de junho a dezembro. Além disso, quase dois terços (63% das 47 sub-bacias) de suas bacias hidrográficas registraram perda de superfície de água em relação à média histórica, conclui o instituto.
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