A Justiça de Sinop teve que novamente adiar o júri popular de dois acusados de assassinar Carlos Alexandre Leite da Silva, 31 anos. A vítima foi morta a pauladas e pedradas, em janeiro de 2017, em uma região de chácaras na comunidade Vitória, em crime supostamente motivado pela guerra entre facções criminosas.
Foi a quarta vez que o julgamento acabou adiado, já que, inicialmente, estava previsto para o dia 25 de novembro de 2020. No entanto, naquela data, a Defensoria Pública insistiu na presença de uma testemunha, que não poderia comparecer. Um dos réus ainda designou um novo advogado, que oficiou a Justiça sobre a impossibilidade de tempo hábil para preparação da defesa.
Por esses motivos, o júri acabou sendo adiado para o dia 9 março deste ano, decisão definida quando Sinop apresentava baixo risco de contágio da covid, conforme classificação do governo estadual. Em fevereiro, quando o município voltou para o risco moderado, a Justiça decidiu remarcar o julgamento para o dia 30 de março. Posteriormente, com o avanço da pandemia de coronavírus em Sinop, houve uma nova redesignação, para o dia 11 de maio.
Agora, com a suspensão das atividades no Poder Judiciário, a sessão de julgamento foi transferida para 29 de julho. Nesta data, o júri será realizado de forma mista (presencial e virtual), como forma de “conter a propagação da covid-19”.
Conforme Só Notícias já informou, em 2018, a Justiça decidiu mandar a dupla a júri popular. Eles vão responder em julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, de maneira cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima. Também foram pronunciados por corrupção de menores (seis vezes) e organização criminosa. Os acusados seguem presos.
No final do ano passado, a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, impronunciou um terceiro acusado de envolvimento no homicídio. Com a decisão, o homem não irá a júri popular e deixou de responder pelo crime, a não ser que surjam novos indícios de autoria.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o crime foi cometido por cerca de dez pessoas, a maioria menores de idade. Um policial civil que trabalhou nas investigações declarou à Justiça que o assassinato foi motivado em razão de uma rixa entre facções.
Detalhou também que o rosto da vítima ficou totalmente desfigurado “em razão dos diversos golpes que sofreu”. Os criminosos também escreveram, ao lado do corpo de Carlos, as siglas C.V., em referência a uma facção criminosa.